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Ministro russo acusa Ucrânia de crimes de guerra

O ministro das Relações Exteriores da Rússia acusou a Ucrânia de crimes de guerra, após a descoberta de valas comuns


	Chanceler russo, Sergei Lavrov: "é uma tragédia horrível, um evidente crime de guerra"
 (Alexander Nemenov/AFP)

Chanceler russo, Sergei Lavrov: "é uma tragédia horrível, um evidente crime de guerra" (Alexander Nemenov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 10h42.

Moscou - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou nesta quarta-feira a Ucrânia de "crimes de guerra" após a descoberta de várias valas comuns na região de Donetsk pelos separatistas pró-Rússia.

"Esta é uma tragédia horrível, um evidente crime de guerra. Já foram encontrados mais de 400 corpos em valas comuns de Donetsk. E esperamos que as capitais ocidentais não suavizem esse fato", disse Lavrov em entrevista coletiva.

O ministro russo chamou de "artificiais" as afirmações de Kiev, depois que o governo ucraniano garantiu que vai fazer "uma investigação completa, aberta e imparcial assim que o controle sobre essas áreas for recuperado".

"Os crimes claramente ocorreram quando essas áreas eram controladas pelos militares ucranianos", assinalou.

O chefe da diplomacia russa garantiu que Moscou informou sobre as valas comuns à ONU, à OSCE e ao Conselho da Europa, e demonstrou que tem certeza que essas organizações internacionais vão assumir uma "postura clara, imparcial e objetiva" sobre o caso.

Além disso, acusou os meios de comunicação ocidentais de "tentar ocultar claramente" esses fatos.

Nesta semana o Comitê de Instrução da Rússia (CIR) abriu uma investigação criminal pelo que classificou de genocídio da população de origem russa das regiões de Donetsk e Lugansk, do leste ucraniano, por parte das forças governamentais da Ucrânia.

"Ditaram ordens dirigidas ao completo extermínio precisamente dos cidadãos falantes de russo que vivem no território das repúblicas de Donetsk e Lugansk", afirmou Vladimir Markin, porta-voz do CIR.

Markin garantiu que "o genocídio da população de origem russa" foi cometido por "indivíduos não identificados do alto escalão político e militar da Ucrânia".

Como resultado, desde 12 de abril e em violação da Convenção de 1948 sobre genocídio e outras leis internacionais, teriam morrido pelo menos 2,5 mil pessoas em Donetsk e Lugansk, acrescentou, ao ser citado pelas agências russas.

Esta foi a reação de Moscou após a descoberta por parte dos separatistas de várias valas comuns na região de Donetsk, uma com mais de 30 corpos de civis na cidade de Telmanovsk e outras duas dentro de uma mina com cinco milicianos e quatro civis.

Segundo os separatistas, cerca de 400 corpos, a maioria de civis, estão nos necrotérios da região de Donetsk depois que foram encontrados em diferentes valas comuns desde o início do conflito.

As autoridades ucranianas, por sua vez, dizem ter encontrado três valas comuns em outra cidade da mesma região, Slaviansk, que estava sob controle dos milicianos pró-Rússia até o início de julho.

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