Trump: o médico foi julgado por vínculos com extremistas e condenado a 33 anos de prisão, reduzidos posteriormente a 23 anos (Jonathan Ernst / Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2016 às 09h02.
O ministro do Interior do Paquistão acusou Donald Trump de ignorância depois que o pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos afirmou que, se chegar à Casa Branca, pretende retirar da prisão o médico que ajudou a localizar Osama Bin Laden.
Chaudhry Nisar Ali Khan respondeu que será o "governo do Paquistão e não Donald Trump" quem decidirá o destino do médico paquistanês Shakeel Afridi, que está detido, cinco anos depois de organizar uma falsa campanha de vacinação contra a hepatite C e que serviu para confirmar a presença de Bin Laden na cidade paquistanesa de Abbottabat.
O médico foi julgado por vínculos com extremistas, uma acusação de pouca credibilidade, e condenado a 33 anos de prisão, reduzidos posteriormente a 23 anos.
Graças às informações obtidas pelo médico, um comando das forças especiais americanas matou Bin Laden em 2 de maio de 2011 em um ataque noturno a sua residência de Abbottabad.
Islamabad considerou uma humilhação a intervenção militar americana em seu território, o que abalou as relações com Washington e complicou o caso do médico.
Em uma entrevista na semana passada ao canal Fox News, Trump afirmou que se chegar à presidência, Afridi sairá da prisão "em dois minutos", em uma referência à grande ajuda financeira dos Estados Unidos ao Paquistão.
O ministro paquistanês respondeu que o país "não é uma colônia dos Estados Unidos" e acrescentou que os comentários do magnata americano "demonstram sua insensibilidade e também sua ignorância a respeito do Paquistão".