Mundo

Ministério da Justiça confirma saída de Ellen Gracie

Até agora, a aposentadoria da ministra era tratada como assunto de bastidores

Com tendência internacionalista, Ellen Gracie foi a primeira ministra do Tribunal e também a primeira a assumir a presidência da Corte, em abril de 2006 (WIKIMEDIA COMMONS)

Com tendência internacionalista, Ellen Gracie foi a primeira ministra do Tribunal e também a primeira a assumir a presidência da Corte, em abril de 2006 (WIKIMEDIA COMMONS)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2011 às 13h57.

Brasília – Pela primeira vez, a aposentadoria da ministra Ellen Gracie, tratada como assunto de bastidores por instituições, ministros e veículos de comunicação, foi confirmada oficialmente. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, o processo de aposentadoria foi assinado ontem (1º) à noite pelo ministro José Eduardo Cardozo e segue agora para o Palácio do Planalto.

A aposentadoria só será efetivada com publicação de decreto presidencial no Diário Oficial da União. A confirmação da saída da ministra ocorre exatamente um ano após a publicação da aposentadoria do ministro Eros Grau, último a deixar a Corte. Assim como Ellen Gracie, o ministro negou até o último momento que deixaria o Tribunal.

Procurada por jornalistas ontem (1º), durante o intervalo da primeira sessão do STF após o recesso de julho, Ellen Gracie se esquivou das perguntas. O presidente da Corte, Cezar Peluso, também não quis comentar o assunto. No entanto, a pauta carregada de processos sob responsabilidade da ministra nesta semana sinalizavam que a saída estaria próxima.

Mesmo sem a confirmação oficial, as especulações para a substituição de Ellen Gracie correram o país. Ontem, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou nota pública em que pede um representante da magistratura federal para ocupar o lugar da ministra. Ellen Gracie, no entanto, não é magistrada de carreira, ou seja, não prestou concurso público para ser juíza. Membro do Ministério Público, ela chegou a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 4ª Região pela reserva de vaga do quinto constitucional.

Na relação de possíveis nomes para substituir a ministra, a maioria é mulher: a juíza Sylvia Steiner, do Tribunal Penal Internacional de Haia; a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ); a ministra Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM); a procuradora Flávia Piovesan e a desembargadora federal Neuza Maria Alves da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O único homem cotado para o cargo, até agora, é o ministro Teori Zavascki, do STJ.

Ellen Gracie Northfleet chegou ao STF em dezembro de 2000, nomeada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Foi a primeira ministra do Tribunal e também a primeira a assumir a presidência da Corte, em abril de 2006. A ministra ainda tinha sete anos até a chegada da aposentadoria compulsória, em 2018. A expectativa é que ela saia do STF para ocupar vaga em um órgão internacional.

A tendência internacionalista foi uma das marcas de sua passagem pelo STF. A participação da ministra em seminários e eventos em outros países foi constante. Em 2008, ela fez campanha aberta para ocupar um posto na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas perdeu a vaga para o mexicano Ricardo Ramirez. À época, ela creditou a derrota à conjuntura geopolítica e à divergências com países vizinhos.

Acompanhe tudo sobre:AposentadoriaJustiçaSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Mundo

Putin sugere 'duelo' de mísseis com os EUA e defende direito de usar armas nucleares na Ucrânia

China está aumentando rapidamente seu arsenal nuclear, alerta Pentágono

Primeiro caso grave de gripe aviária em humanos nos EUA acende alerta

Ao menos 100 norte-coreanos morreram na guerra da Ucrânia, afirma deputado sul-coreano