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Militantes LGBTI denunciam retrocesso de direitos na Europa

Aumento da corrente reacionária e dos discursos de ódio têm levado a um maior número de ataques contra homossexuais

 (Foto/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de outubro de 2016 às 11h49.

Última atualização em 24 de outubro de 2016 às 15h24.

Os avanços conquistados em favor dos direitos dos homossexuais na Europa estão ameaçados por um aumento da intolerância, segundo membros da comunidade LGBTI reunidos neste fim de semana no Chipre.

Desde os anos 1990, muitos países adotaram leis que autorizam o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou que permitem aos transexuais escolher seu gênero com efeito legal.

Mas os membros da comunidade LGBTI, reunidos em Nicósia para a conferência anual europeia da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex (ILGA, em inglês), advertiram contra o aumento da corrente reacionária e dos discursos de ódio, que têm levado a um maior número de ataques contra este grupo.

Na Polônia, em especial, os ataques contra os LGBTI dispararam desde a chegada ao poder, há um ano, dos conservadores do partido Direita e Justiça, segundo a associação polonesa "Campanha contra homofobia" (KPH).

O governo criou um clima de medo, com a demissão defuncionários que promovessem os direitos dessas pessoas, afirmou Agata Chaber, à frente da KPH.

Desde o início do ano, os escritórios de sua associação foram atacados em várias ocasiões com tijolos e garrafas, lamenta.

Em março, três homens entraram no local à força e, do lado de fora, já gritavam frases homofóbicas. Foi "o pior incidente vivido em 15 anos de existência" da KPH, disse Chaber à AFP.

Uma pesquisa realizada na Polônia em 2014 - a mais recente a respeito do tema - mostrou que 70% das pessoas questionadas acreditam que as relações homossexuais são inaceitáveis.

"Quando as autoridades de um país [...] mantêm um discurso que estimula o ódio, as pessoas não recebem apenas comentários maldosos no Facebook. Chega um momento que isso se transforma em violência física", diz Chaber.

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