A Itália é o último grande país da Europa Ocidental que não reconhece nenhum estatuto legal aos casais homoafetivos (Denis Charlet/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2015 às 16h50.
Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se neste sábado em Roma contra grupos homossexuais e o ensino de gênero nas escolas, num momento em que o governo pretende adotar rapidamente um projeto de união civil.
Enquanto a polícia italiana não divulga os números da manifestação, os organizadores garantem ter reunido meio milhão de pessoas. A multidão de jovens, pessoas idosas e pais com seus filhos ocorreu numa praça que pode abrigar cerca de 300 mil pessoas.
Agitando cartazes que falavam "a família salva o mundo" ou "defendamos nossos filhos", os manifestantes se encontraram apesar no mau tempo na praça em frente à arquibasílica de São João de Latrão, constatou a AFP.
"Na escola de meus filhos, fala-se de famílias formadas por dois pais ou duas mães, sem pedir permissão aos pais", reclamou Giuseppe Ripa, um médico de 41 anos. "Isso é perigoso e ruim".
Piero Uroda, farmacêutico de 78 anos, foi ao local ao lado de vários familiares. "Eu não quero o casamento nem a adoção gay. A família natural é a nossa", disse.
A Itália é o último grande país da Europa Ocidental que não reconhece nenhum estatuto legal aos casais homoafetivos, mas o governo de centro-esquerda de Matteo Renzi apresentou um projeto de união civil com o objetivo de adotá-lo definitivamente antes do final do ano.
O texto está sendo examinado por uma comissão do Senado, onde inúmeras emendas foram apresentadas pelo partido de centro-direita de Angelino Alfano, ministro do Interior, que também apoiou a manifestação deste sábado.