Mundo

Milhares protestam em apoio a candidato afegão derrotado

EUA advertiram que vão retirar o apoio financeiro e na área de segurança ao Afeganistão se houver qualquer tentativa de tomada de poder ilegal

Manifestantes no Afeganistão: Ashraf Ghani, um ex-funcionário do Banco Mundial, venceu o segundo turno da eleição (Omar Sobhani/Reuters)

Manifestantes no Afeganistão: Ashraf Ghani, um ex-funcionário do Banco Mundial, venceu o segundo turno da eleição (Omar Sobhani/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 14h46.

Cabul - Os Estados Unidos advertiram nesta terça-feira que vão retirar o apoio financeiro e na área de segurança ao Afeganistão se houver qualquer tentativa de tomada de poder de forma ilegal, enquanto uma manifestação em apoio a um candidato presidencial em Cabul pedia um governo paralelo.

Os resultados preliminares anunciados na segunda-feira mostram que Ashraf Ghani, um ex-funcionário do Banco Mundial, venceu o segundo turno da eleição, em 14 de junho, mas seu rival Abdullah Abdullah rejeitou imediatamente o resultado, dizendo que a votação foi marcada por fraudes generalizadas.

Ressaltando a magnitude da crise, Abdullah disse que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, irá visitar Cabul na sexta-feira. Kerry chegou a Pequim na terça-feira para o anual Diálogo Estratégico e Econômico. Os encontros entre Estados Unidos e China terminam na quinta-feira.

Milhares de simpatizantes de Abdullah se reuniram na capital nesta terça-feira, exigindo que seu líder forme um gabinete paralelo e um governo unilateral - uma jogada perigosa que pode dividir ainda mais o instável país.

Em uma severa advertência, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que não havia justificativa para a violência ou "medidas extraconstitucionais".

"Tenho acompanhado com grande preocupação as informações sobre protestos no Afeganistão e sugestões de um 'governo paralelo'", disse ele em um comunicado divulgado pela embaixada dos Estados Unidos em Cabul. "Qualquer ação para tomar o poder de forma ilegal vai custar ao Afeganistão o apoio financeiro e na área de segurança dos Estados Unidos e da comunidade internacional." O Afeganistão é fortemente dependente de doadores estrangeiros para financiar tudo, desde a construção de estradas ao pagamento de professores e segurança. Os Estados Unidos fornecem a maior parte de toda a ajuda internacional.

Observadores temem que um impasse entre Abdullah e Ghani mergulhe o Afeganistão em desordem, sem um líder claro em um país já assolado por divisões étnicas profundamente enraizadas.

Abdullah acusou o presidente Hamid Karzai, que está deixando o cargo após 12 anos no poder, de ter ajudado a fraudar a votação em favor de Ghani, descrevendo a ação como um "golpe" contra o povo.

O impasse sobre a votação acabou com as esperanças de uma transição tranquila do poder no Afeganistão, uma preocupação para o Ocidente, já que a maioria das forças lideradas pelos Estados Unidos Vão ser retiradas do país neste ano.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoÁsiaEleiçõesEstados Unidos (EUA)Países ricosPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal