Milhares protestam contra energia nuclear no Japão
Os japoneses passaram a resistir mais a esse tipo de energia após o desastre de 11 de março em Fukushima, que deflagrou a pior crise atômica desde Chernobyl
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2011 às 20h06.
Tóquio - Milhares de pessoas protestaram nesta segunda-feira em Tóquio pedindo o fim da energia nuclear no Japão após o desastre de 11 de março, que deflagrou a pior crise atômica desde Chernobyl.
Cerca de 60 mil pessoas participaram da manifestação antinuclear, segundo os organizadores, um dos maiores protestos depois do terremoto e do tsunami que provocaram o desastre na usina nuclear de Fukushima Daiichi.
"Usinas nucleares não mais! Fukushima nunca mais!", gritavam os manifestantes sob o sol escaldante ao se reunirem no parque Meiji, no centro da capital.
O vencedor do prêmio Nobel Kenzaburo Oe afirmou durante o protesto: "Algumas pessoas dizem que não podemos fazer grandes avanços sem energia nuclear, mas isso é mentira. Energia nuclear sempre vem acompanhada de devastação e sacrifício".
O protesto, organizado por muitos grupos antinucleares, também contou com a presença de moradores das áreas próximas à usina de Fukushima, 220 km a nordeste de Tóquio.
"Se não conseguirmos abolir as usinas nucleares agora, nunca vamos conquistar um mundo sem energia nuclear", afirmou Kazuhiro Hashimoto, uma funcionária dos serviços médicos de Fukushima.
"Será muito tarde para aumentarmos nossas vozes depois que outro acidente nuclear ocorrer", disse Hashimoto. "Esperamos que o acidente de Fukushima seja o último".
O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, se comprometeu a formular uma nova política de energia focada em recursos de energia renovável, mas não chegou a descartar o uso futuro da energia nuclear após o desastre de Fukushima.
O Japão tinha como objetivo utilizar energia nuclear para gerar cerca de 50% de sua necessidade de energia em 2030, em uma tentativa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a independência energética do arquipélago.
Mas o sentimento mudou desde que o terremoto e o tsunami causaram avarias nos sistemas de refrigeração da usina, provocando o derretimento de reatores, que lançaram radiação no meio ambiente e forçaram a evacuação de milhares de pessoas de um raio de 20 km.
"Este não é um desastre natural. Este é um desastre provocado pelo homem", disse Taeko Henmi, funcionária de 50 anos de uma creche de Fukushima. "Não precisamos de nada que as pessoas não possam controlar. Se falharmos em agir, não teremos futuro".
O medo da radiação tornou-se parte do cotidiano depois de casos de água contaminada, carne, vegetais, chá e frutos do mar devido ao acidente de Fukushima. O governo tem se esforçado para enfatizar a inexistência de um risco "imediato" para a saúde.
Reatores que tiveram suas operações interrompidas para inspeções de rotina não foram religados em meio a um movimento popular contra a energia nuclear, e atualmente apenas 11 dos 54 reatores do Japão estão em funcionamento.
Tóquio - Milhares de pessoas protestaram nesta segunda-feira em Tóquio pedindo o fim da energia nuclear no Japão após o desastre de 11 de março, que deflagrou a pior crise atômica desde Chernobyl.
Cerca de 60 mil pessoas participaram da manifestação antinuclear, segundo os organizadores, um dos maiores protestos depois do terremoto e do tsunami que provocaram o desastre na usina nuclear de Fukushima Daiichi.
"Usinas nucleares não mais! Fukushima nunca mais!", gritavam os manifestantes sob o sol escaldante ao se reunirem no parque Meiji, no centro da capital.
O vencedor do prêmio Nobel Kenzaburo Oe afirmou durante o protesto: "Algumas pessoas dizem que não podemos fazer grandes avanços sem energia nuclear, mas isso é mentira. Energia nuclear sempre vem acompanhada de devastação e sacrifício".
O protesto, organizado por muitos grupos antinucleares, também contou com a presença de moradores das áreas próximas à usina de Fukushima, 220 km a nordeste de Tóquio.
"Se não conseguirmos abolir as usinas nucleares agora, nunca vamos conquistar um mundo sem energia nuclear", afirmou Kazuhiro Hashimoto, uma funcionária dos serviços médicos de Fukushima.
"Será muito tarde para aumentarmos nossas vozes depois que outro acidente nuclear ocorrer", disse Hashimoto. "Esperamos que o acidente de Fukushima seja o último".
O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, se comprometeu a formular uma nova política de energia focada em recursos de energia renovável, mas não chegou a descartar o uso futuro da energia nuclear após o desastre de Fukushima.
O Japão tinha como objetivo utilizar energia nuclear para gerar cerca de 50% de sua necessidade de energia em 2030, em uma tentativa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a independência energética do arquipélago.
Mas o sentimento mudou desde que o terremoto e o tsunami causaram avarias nos sistemas de refrigeração da usina, provocando o derretimento de reatores, que lançaram radiação no meio ambiente e forçaram a evacuação de milhares de pessoas de um raio de 20 km.
"Este não é um desastre natural. Este é um desastre provocado pelo homem", disse Taeko Henmi, funcionária de 50 anos de uma creche de Fukushima. "Não precisamos de nada que as pessoas não possam controlar. Se falharmos em agir, não teremos futuro".
O medo da radiação tornou-se parte do cotidiano depois de casos de água contaminada, carne, vegetais, chá e frutos do mar devido ao acidente de Fukushima. O governo tem se esforçado para enfatizar a inexistência de um risco "imediato" para a saúde.
Reatores que tiveram suas operações interrompidas para inspeções de rotina não foram religados em meio a um movimento popular contra a energia nuclear, e atualmente apenas 11 dos 54 reatores do Japão estão em funcionamento.