Mundo

Milhares de pessoas se manifestam na França

Entre os dirigentes que já confirmaram presença nas manifestações de domingo, estão a alemã Angela Merkel, o italiano Matteo Renzi, o espanhol Mariano Rajoy e o britânico David Cameron

Cartazes com os dizeres "Eu sou Charlie" em Paris: ataque provocou indignação em todo o mundo (Dominique Faget/AFP)

Cartazes com os dizeres "Eu sou Charlie" em Paris: ataque provocou indignação em todo o mundo (Dominique Faget/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2015 às 10h23.

Milhares de pessoas se manifestavam neste sábado em várias cidades da França em homenagem às vítimas dos ataques que enlutaram o país nos últimos dias, informaram fontes policiais.

Em Pau, sudoeste, ao menos 30.000 pessoas realizaram uma passeata silenciosa. Em Orleans, centro, mais de 20.000 se reuniram, enquanto que, em Nice, também sudoeste, cerca de 23.000 manifestantes foram contabilizados.

As autoridades francesas anunciaram uma mobilização adicional de 500 militares na região de paris dentro do plano antiterrorista Vigipirate visando à grande manifestação prevista para domingo na capital em favor da liberdade de expressão.

"Este reforço de 500 militares em Paris e arredores será feito em duas etapas", explicou o porta-voz do ministério da Defesa, oi coronel Gilles Jaron.

Os soldados se somarão aos efetivos da polícia e serão 1.100 no total neste sábado e 1.350 no domingo, em Paris e arredores.

Segundo o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, que participou em uma reunião da célula de emergência do governo neste sábado, o plano de alerta antiterrorismo na região parisiense, elevado na quarta-feira passada, será mantido nas próximas semanas e será reforçado ainda mais, depois dos ataques dos últimos dias.

"Dado o contexto, estamos expostos a riscos. É importante, portanto, que o plano Vigipirata (de alerta), que foi aumentado na região de Paris e que foi alvo de medidas particulares no resto do país, seja reforçado no curso das próximas semanas", afirmou o ministro ao final de uma reunião de crise no palácio presidencial.

Ele também confirmou que a França adotou todas as medidas necessárias para garantir a segurança nas manifestações pela liberdade de expressão previstas para este domingo.

"Foram adotadas todas as medidas para que esta manifestação possa acontecer em um clima de recolhimento, respeito e segurança. Todas as disposições estão adotadas para garantir esta segurança", enfatizou.

Entre os dirigentes que já confirmaram presença nas manifestações, estão a alemã Angela Merkel, o italiano Matteo Renzi, o espanhol Mariano Rajoy e o britânico David Cameron. O primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu também confirmou presença.

Enquanto isso, as forças de segurança francesas continua procurando a companheira de Amedy Coulibaly, o jihadista que na quinta-feira matou uma policial e na sexta foi abatido pela polícia depois da tomada de reféns em um mercado de produtos judeus no leste da Paris, quando quatro reféns foram mortos.

A mulher, considera armada e perigosa, foi identificada como Hayat Boumeddiene, de 26 anos.

Os supostos autores do massacre no jornal satírico francês "Charlie Hebdo", e Coulibaly foram mortos na sexta-feira em duas ações realizadas quase simultaneamente pelas forças de ordem.

Após várias horas de cerco, a unidade de elite da gendarmeria iniciou a invasão à gráfica situada em Dammartin-en-Goele, 40 km a nordeste de Paris, onde os irmãos Said e Chérif Kouachi buscaram refúgio.

Said e Chérif Kouachi, dois irmãos franceses de origem argelina de 32 e 34 anos, respectivamente, suspeitos da autoria da matança na sede do "Charlie Hebdo", na quarta-feira, que deixou 12 mortos, e de executar um policial em uma rua próxima, morreram abatidos a tiros pelas forças de ordem, quando saíram atirando da empresa, com seus fuzis Kalashnikov.

Quase ao mesmo tempo, Coulibaly morreu em outra ação das forças de segurança.

Segundo o procurador de Paris, François Molins, o sequestrador matou os quatro reféns no início do ataque.

Coulibaly era um criminoso reincidente de 32 anos, já condenado em um caso de extremismo islâmico e que conheceu Chérif Kouachi na prisão, onde os jihadistas se radicalizaram.

Em discurso à nação, o presidente François Hollande declarou, após o dramático desenlace da tomada de reféns, que a França soube "fazer frente" à situação, mas advertiu "que não acabaram as ameaças" ao país.

De fato, um dirigente religioso da rede Al-Qaeda na Península Arábica (Aqpa) ameaçou a França com novos atentados, em um vídeo divulgado nesta sexta-feira e captado pelo Centro americano de Vigilância na Internet (SITE).

"Não estarão em segurança, enquanto combaterem Alá, seus mensageiros e seus fiéis", disse ao povo francês Narit al Nadari, uma autoridade da Aqpa em matéria da sharia, a lei islâmica.

"Soldados que adoram Alá e seus mensageiros estão entre nós. Não temem a morte, buscar o martírio em nome de Alá", completou.

Desde o atentado contra o semanário "Charlie Hebdo", na quarta-feira, até o fim da tomada de reféns, nesta sexta, morreram em diferentes ataques na França 17 pessoas, além dos três atacantes, e pelo menos 20 pessoas ficaram feridas.

prh/mc/erl/cn

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasEuropaFrançaPaíses ricosProtestosProtestos no mundoTerrorismo

Mais de Mundo

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA