Manifestantes seguram letras com os dizeres 'Paz' durante uma manifestação anti-OTAN no centro de Madri (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 26 de junho de 2022 às 12h41.
Vários milhares de pessoas se manifestaram neste domingo (26) no centro de Madri para exigir a dissolução da Otan e exigir a paz, dois dias antes da abertura da cúpula da Aliança Atlântica na capital espanhola, de 28 a 30 de junho.
Nenhum ministro ou representante proeminente da esquerda radical, membro da coalizão do governo, participou da manifestação, informou um jornalista da AFP.
Entre os slogans, os manifestantes repetiam “Não à guerra, não à Otan!”, enquanto vários helicópteros sobrevoavam o desfile ao longo de uma das principais avenidas da capital. Nos cartazes podia-se ler: "Faça a paz, não a guerra", "Despesas militares para escolas e hospitais", enquanto outros gritavam "Nós não pagamos por suas guerras".
David Llorente, 45 anos, que trabalha em uma associação, protesta contra "a Otan, que foi criada durante a guerra, a serviço do imperialismo norte-americano, e se manteve sem nenhuma contribuição para a paz". Para este militante anticapitalista, a Aliança Atlântica "promove a guerra, o comércio de armas" e "a política externa da Espanha aumenta os gastos militares em vez de aumentar os gastos sociais e de saúde".
Virginia Cádiz, 74, também quer protestar "quarenta anos depois, novamente, contra a Otan". "Prometeram-nos que não íamos entrar", explica, aludindo à data da entrada da Espanha na Aliança no início dos anos 80. Para ela, que se define como antimilitarista, essa cúpula nada mais é do que "dinheiro, armas e mortes".
Segundo a prefeitura de Madri, 2.200 pessoas participaram da manifestação. Por sua vez, os organizadores não deram sua estimativa de participação.
Anfitriã da cúpula da Otan próxima semana, Madri estará sob segurança máxima, com um total de 10.000 policiais destacados durante esta reunião, na qual participarão o presidente dos EUA Joe Biden, seu colega francês Emmanuel Macron e os chefes de governo do Reino Unido e da Alemanha, Boris Johnson e Olaf Scholz.
A cúpula será dominada pela questão da ameaça russa e da invasão da Ucrânia, desencadeada em 24 de fevereiro pelo presidente Vladimir Putin.