Milhares de egípcios saem às ruas em manifestações
Partidos islamitas convocaram manifestação de "duração indeterminada", enquanto opositores ao regime também saíram às ruas para protestar
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2013 às 14h47.
Cairo - Milhares de egípcios saíram às ruas nesta sexta-feira para se manifestar, uns em apoio a Mohamed Mursi e outros para exigir a saída do presidente islamita, em um país profundamente dividido entre opositores e defensores do atual governo.
Temendo novos episódios de violência, o Exército reforçou sua presença nas grandes cidades para proteger os prédios públicos. Mas violentos confrontos já foram registrados entre prós e anti-Mursi em Alexandria, segunda maior cidade do Egito . De acordo com a agência de notícias oficial Mena, uma pessoa morreu e 70 ficaram feridas até o momento.
Os partidos islamitas convocaram uma manifestação de "duração indeterminada" a partir desta sexta-feira, com o objetivo de defender a "legitimidade" de Mursi, que a oposição acusa de monopolizar o poder.
Eles se reuniram em frente à mesquita Rabaa al-Adawiya de Nasr City, subúrbio do Cairo.
Na Praça Tahrir, no centro da capital, e em outros bairros, milhares de manifestantes anti-Mursi carregam em passeatas bandeiras egípcias aos gritos de "Fora!".
Os opositores ao regime também protestam no Delta do Nilo(norte) e em Port Said, às margens do Canal de Suez, segundo uma autoridade da Segurança.
Estas demonstrações de força aumentam o clima de tensão no país, onde quatro pessoas morreram e 30 ficaram feridas na noite de quinta-feira em confrontos entre partidários e opositores de Mursi em Ach Charqiya, norte.
O Egito está profundamente dividido entre os partidários, que afirmam que o presidente está limpando as instituições de décadas de corrupção, e seus opositores, que o acusam de concentrar o poder nas mãos de seu movimento, a Irmandade Muçulmana.
Em 21 de junho, dezenas de milhares de islamitas se reuniram em apoio a Mursi, primeiro presidente civil do Egito.
A oposição convocou uma manifestação em massa no domingo, data do aniversário de um ano de posse do presidente, para exigir eleições antecipadas.
Prevendo esta mobilização, empresas e lojas anunciaram que não devem abrir suas portas no domingo, dia que marca o início da semana no Egito.
No Cairo, algumas pessoas sacaram dinheiro e fizeram estoques de comida, enquanto longas filas se formaram nos postos de combustível.
Neste contexto de incerteza, o ministro da Defesa, Abdel Fattah al-Sissi, declarou que o Exército está preparado para agir em caso de violência durante as manifestações.
As Forças Armadas já haviam assumido o poder Executivo após a queda do governo de Hosni Mubarak durante a revolta do início de 2011.
A legitimidade do presidente Mursi, que tomou posse em 30 de junho de 2012, é o centro das tensões entre seus partidários e seus opositores, mobilizados pelo movimento popular Tamarrod (rebelião, em árabe).
Criado em abril para exigir a saída de Mursi, o movimento afirma ter reunido 15 milhões de assinaturas cobrando a realização de eleições presidenciais antecipadas.
Os opositores de Mursi denunciam a intenção da Irmandade Muçulmana de controlar todas instâncias de poder e tentar impor sua ideologia islâmica à sociedade. Mursi também é acusado de não saber lidar com a grave crise econômica que aflige o país.
Seus partidários, no entanto, apontam que ele adquiriu legitimidade em uma votação democrática, e acusam a oposição de fazer o jogo da "contra-revolução", procurando destituí-lo nas ruas e impedindo a substituição de alguns funcionários acusados de serem da era Mubarak.
Na quarta-feira, o presidente Mohamed Mursi advertiu em um discurso televisionado que as divisões ameaçam "paralisar" o país.
Em seu discurso, o presidente egípcio prometeu reformas e fez um apelo ao diálogo.
"Para que a revolução alcance seus objetivos, são necessárias reformas profundas", disse Mursi, referindo-se à revolução que derrubou o presidente Hosni Mubarak em 2011.
O presidente reconheceu que havia cometido "erros" no primeiro ano de seu mandato. "Cometi muitos erros, é indiscutível. Erros podem ser cometidos, mas têm que ser corrigidos", reconheceu.
Cairo - Milhares de egípcios saíram às ruas nesta sexta-feira para se manifestar, uns em apoio a Mohamed Mursi e outros para exigir a saída do presidente islamita, em um país profundamente dividido entre opositores e defensores do atual governo.
Temendo novos episódios de violência, o Exército reforçou sua presença nas grandes cidades para proteger os prédios públicos. Mas violentos confrontos já foram registrados entre prós e anti-Mursi em Alexandria, segunda maior cidade do Egito . De acordo com a agência de notícias oficial Mena, uma pessoa morreu e 70 ficaram feridas até o momento.
Os partidos islamitas convocaram uma manifestação de "duração indeterminada" a partir desta sexta-feira, com o objetivo de defender a "legitimidade" de Mursi, que a oposição acusa de monopolizar o poder.
Eles se reuniram em frente à mesquita Rabaa al-Adawiya de Nasr City, subúrbio do Cairo.
Na Praça Tahrir, no centro da capital, e em outros bairros, milhares de manifestantes anti-Mursi carregam em passeatas bandeiras egípcias aos gritos de "Fora!".
Os opositores ao regime também protestam no Delta do Nilo(norte) e em Port Said, às margens do Canal de Suez, segundo uma autoridade da Segurança.
Estas demonstrações de força aumentam o clima de tensão no país, onde quatro pessoas morreram e 30 ficaram feridas na noite de quinta-feira em confrontos entre partidários e opositores de Mursi em Ach Charqiya, norte.
O Egito está profundamente dividido entre os partidários, que afirmam que o presidente está limpando as instituições de décadas de corrupção, e seus opositores, que o acusam de concentrar o poder nas mãos de seu movimento, a Irmandade Muçulmana.
Em 21 de junho, dezenas de milhares de islamitas se reuniram em apoio a Mursi, primeiro presidente civil do Egito.
A oposição convocou uma manifestação em massa no domingo, data do aniversário de um ano de posse do presidente, para exigir eleições antecipadas.
Prevendo esta mobilização, empresas e lojas anunciaram que não devem abrir suas portas no domingo, dia que marca o início da semana no Egito.
No Cairo, algumas pessoas sacaram dinheiro e fizeram estoques de comida, enquanto longas filas se formaram nos postos de combustível.
Neste contexto de incerteza, o ministro da Defesa, Abdel Fattah al-Sissi, declarou que o Exército está preparado para agir em caso de violência durante as manifestações.
As Forças Armadas já haviam assumido o poder Executivo após a queda do governo de Hosni Mubarak durante a revolta do início de 2011.
A legitimidade do presidente Mursi, que tomou posse em 30 de junho de 2012, é o centro das tensões entre seus partidários e seus opositores, mobilizados pelo movimento popular Tamarrod (rebelião, em árabe).
Criado em abril para exigir a saída de Mursi, o movimento afirma ter reunido 15 milhões de assinaturas cobrando a realização de eleições presidenciais antecipadas.
Os opositores de Mursi denunciam a intenção da Irmandade Muçulmana de controlar todas instâncias de poder e tentar impor sua ideologia islâmica à sociedade. Mursi também é acusado de não saber lidar com a grave crise econômica que aflige o país.
Seus partidários, no entanto, apontam que ele adquiriu legitimidade em uma votação democrática, e acusam a oposição de fazer o jogo da "contra-revolução", procurando destituí-lo nas ruas e impedindo a substituição de alguns funcionários acusados de serem da era Mubarak.
Na quarta-feira, o presidente Mohamed Mursi advertiu em um discurso televisionado que as divisões ameaçam "paralisar" o país.
Em seu discurso, o presidente egípcio prometeu reformas e fez um apelo ao diálogo.
"Para que a revolução alcance seus objetivos, são necessárias reformas profundas", disse Mursi, referindo-se à revolução que derrubou o presidente Hosni Mubarak em 2011.
O presidente reconheceu que havia cometido "erros" no primeiro ano de seu mandato. "Cometi muitos erros, é indiscutível. Erros podem ser cometidos, mas têm que ser corrigidos", reconheceu.