Migração líquida de cidadãos da UE durante o período, a primeira a incluir os três meses posteriores ao referendo, foi de 165 mil pessoas (Thinckstock)
Reuters
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 10h18.
Londres - A migração líquida ao Reino Unido atingiu seu menor índice em mais de dois anos, revelaram dados oficiais nesta quinta-feira, em parte devido a um aumento no número de pessoas de alguns países do leste da Europa que deixaram o solo britânico.
Mas o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) disse que é cedo demais para deteminar os efeitos de longo prazo do referendo que decidiu a desfiliação britânica da União Europeia de junho passado sobre a migração.
As cifras do ONS mostraram que um total de 273 mil pessoas chegaram ao Reino Unido no ano transcorrido até setembro passado, uma redução de 49 mil pessoas em relação ao ano anterior e a cifra mais baixa já registrada desde o ano encerrado em junho de 2014.
A migração líquida de cidadãos da UE durante o período, a primeira a incluir os três meses posteriores ao referendo, foi de 165 mil pessoas, uma diminuição de 6 mil pessoas em relação ao ano anterior.
O ONS disse ter havido um aumento estatisticamente significativo na emigração de cidadãos dos assim chamados países da UE8 - República Tcheca, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Eslováquia e Eslovênia -, que foi de 12 mil para 39 mil pessoas.
O número de pessoas chegando destes Estados também diminuiu, relatou a entidade.
Já a quantidade de pessoas oriundas da Bulgária e da Romênia cresceu de 19 mil para 74 mil, a mais elevada de todos os tempos.
"Embora tenhamos visto uma queda na migração líquida de cidadãos da UE8, tem havido um aumento constante na imigração da Romênia e da Bulgária, então é cedo demais para dizer que efeito o resultado do referendo teve na migração internacional no longo prazo", disse Nicola White, responsável pelas estatísticas de migração internacional do ONS.
Cifras do início deste mês mostraram que um crescimento contínuo no número de migrantes da UE trabalhando no Reino Unido estacou no final de 2016, levando a crer que a separação britânica do bloco e a queda subsequente no valor da libra esterlina podem ter tornado o país menos atraente como local de trabalho.
Em decorrência do surto imigratório dos últimos 20 anos, o Reino Unido tem uma das proporções mais altas de trabalhadores não-nativos das nações europeias. Os temores em relação à migração foram um grande fator no referendo de desfiliação do ano passado.