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Mídia tem culpa de tom da disputa presidencial, diz Obama

Ele expressou consternação com a retórica vulgar, a violência nos comícios e as promessas de campanha fantasiosas que vêm rendendo manchetes continuamente

Obama: Ele disse que o panorama midiático mudou desde sua primeira campanha presidencial em 2008 (David Fernandez / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2016 às 10h07.

Washington - O presidente dos Estados Unidos , Barack Obama , colocou parte da culpa pelo tom da atual campanha presidencial do país em um jornalismo político que vem sendo limitado por orçamentos cada vez menores nas redações e barateado pelo foco em retuítes e números de curtidas nas redes sociais.

Em um discurso feito durante um jantar de prêmios jornalísticos na segunda-feira, Obama exortou os profissionais da área a fazerem perguntas mais difíceis aos pré-candidatos que almejam a presidência.

Ele expressou consternação com a retórica vulgar, a violência nos comícios e as promessas de campanha fantasiosas que vêm rendendo manchetes continuamente –uma referência velada a Donald Trump , pré-candidato republicano favorito nas pesquisas.

"A pergunta número um que estou ouvindo quando viajo pelo mundo ou falo com líderes mundiais neste momento é 'o que está acontecendo na América?' no que diz respeito à nossa política", afirmou Obama, descrevendo o alarme internacional com a dúvida sobre a continuidade do funcionamento eficaz do país.

"Não é porque pessoas de todo o mundo nunca viram uma política louca. É que elas entendem que a América é o lugar onde você não pode se dar ao luxo de ter uma política louca", disse.

"Quando nossas autoridades eleitas e nossas campanhas políticas se tornam inteiramente desenfreadas diante da razão e dos fatos e das análises, quando não importa o que é verdade e o que não é, isso torna praticamente impossível para nós tomar boas decisões em nome das gerações futuras", afirmou Obama.

Ele disse que o panorama midiático mudou desde sua primeira campanha presidencial em 2008, quando "havia um preço se você dissesse uma coisa e depois fizesse algo completamente diferente".

"A questão é: no ambiente midiático atual, isso ainda é verdade? Isso ainda vale?", indagou.

Obama disse que as organizações de mídia têm a responsabilidade de ir mais fundo, apesar do ritmo mais veloz "desta era do smartphone" e das pressões financeiras maiores sobre o jornalismo como negócio.

Os eleitores "seriam mais bem servidos se bilhões de dólares de mídia gratuita tivessem uma responsabilização séria, especialmente quando políticos divulgam planos impraticáveis e fazem promessas que não podem manter", disse Obama.

No início deste mês, o jornal New York Times relatou que até agora Trump obteve o equivalente a quase 1,9 bilhão de dólares em cobertura midiática – Ted Cruz, seu rival mais próximo e senador do Texas, obteve 313 milhões, e a pré-candidata democrata Hillary Clinton outros 746 milhões de dólares.

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Washington - O presidente dos Estados Unidos , Barack Obama , colocou parte da culpa pelo tom da atual campanha presidencial do país em um jornalismo político que vem sendo limitado por orçamentos cada vez menores nas redações e barateado pelo foco em retuítes e números de curtidas nas redes sociais.

Em um discurso feito durante um jantar de prêmios jornalísticos na segunda-feira, Obama exortou os profissionais da área a fazerem perguntas mais difíceis aos pré-candidatos que almejam a presidência.

Ele expressou consternação com a retórica vulgar, a violência nos comícios e as promessas de campanha fantasiosas que vêm rendendo manchetes continuamente –uma referência velada a Donald Trump , pré-candidato republicano favorito nas pesquisas.

"A pergunta número um que estou ouvindo quando viajo pelo mundo ou falo com líderes mundiais neste momento é 'o que está acontecendo na América?' no que diz respeito à nossa política", afirmou Obama, descrevendo o alarme internacional com a dúvida sobre a continuidade do funcionamento eficaz do país.

"Não é porque pessoas de todo o mundo nunca viram uma política louca. É que elas entendem que a América é o lugar onde você não pode se dar ao luxo de ter uma política louca", disse.

"Quando nossas autoridades eleitas e nossas campanhas políticas se tornam inteiramente desenfreadas diante da razão e dos fatos e das análises, quando não importa o que é verdade e o que não é, isso torna praticamente impossível para nós tomar boas decisões em nome das gerações futuras", afirmou Obama.

Ele disse que o panorama midiático mudou desde sua primeira campanha presidencial em 2008, quando "havia um preço se você dissesse uma coisa e depois fizesse algo completamente diferente".

"A questão é: no ambiente midiático atual, isso ainda é verdade? Isso ainda vale?", indagou.

Obama disse que as organizações de mídia têm a responsabilidade de ir mais fundo, apesar do ritmo mais veloz "desta era do smartphone" e das pressões financeiras maiores sobre o jornalismo como negócio.

Os eleitores "seriam mais bem servidos se bilhões de dólares de mídia gratuita tivessem uma responsabilização séria, especialmente quando políticos divulgam planos impraticáveis e fazem promessas que não podem manter", disse Obama.

No início deste mês, o jornal New York Times relatou que até agora Trump obteve o equivalente a quase 1,9 bilhão de dólares em cobertura midiática – Ted Cruz, seu rival mais próximo e senador do Texas, obteve 313 milhões, e a pré-candidata democrata Hillary Clinton outros 746 milhões de dólares.

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