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México: 100 anos de Constituição

Toda primeira segunda-feira de fevereiro é dia de celebrar a promulgação da Constituição de 1917 no México. Mas, desta vez, o feriado é mais especial: o texto completou 100 anos oficialmente no domingo e segue em vigor sem previsão de ser substituído. No ano em que a primeira constituição da história a reconhecer direitos sociais […]

MÉXICO: arte em muro na cidade de Tijuana, na fronteira com os Estados Unidos / Sandy Huffaker/Getty Images

MÉXICO: arte em muro na cidade de Tijuana, na fronteira com os Estados Unidos / Sandy Huffaker/Getty Images

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 04h35.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h52.

Toda primeira segunda-feira de fevereiro é dia de celebrar a promulgação da Constituição de 1917 no México. Mas, desta vez, o feriado é mais especial: o texto completou 100 anos oficialmente no domingo e segue em vigor sem previsão de ser substituído. No ano em que a primeira constituição da história a reconhecer direitos sociais comemora seu centenário, o país se vê envolvido num quiproquó com os Estados Unidos que deve resultar na construção de um muro em sua fronteira.

Ao longo de 100 anos, o texto já teve cerca de 80% de seu conteúdo modificado, com 699 reformas e quase mil modificações em 114 de seus 136 artigos. Hoje, são 68.000 palavras – uma versão três vezes mais longa que a original. Cerca de metade das alterações tem a ver com o funcionamento dos três poderes, e o caráter social, que influenciou a redação de boa parte das constituições latinas, segue tendo papel de destaque.

Em 2008, o então presidente Felipe Calderón aprovou uma lei que descriminalizou os imigrantes sem documentação no México. Na época, ele deixou claro que esperava que os Estados Unidos adotassem a mesma postura. Não foi o que aconteceu, como fica cada dia mais claro. O presidente Barack Obama, eleito naquele ano, deportou mais imigrantes que qualquer outro na história: mais de 2,5 milhões de pessoas foram mandadas embora ao longo de seus oito anos de gestão.

Com a posse de Donald Trump, 11 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos têm futuro incerto – e metade deles são mexicanos. Como se não bastasse, foi oficializada a proposta de que o México deve bancar a construção do muro, pagando 20% de taxas em todos os produtos exportados para os americanos, seu principal parceiro comercial. Para contornar as barreiras, o presidente Peña Nieto está em busca de diversidade nas atividades comerciais do país. Esta segunda-feira é dia de celebrar o passado, mas, sobretudo, de temer o futuro.

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