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Mesmo enfraquecidos, países que lutam contra EI se reúnem nos EUA

Os 68 países que compõe a coalizão internacional enfrentam divergências entre alguns países membros sobre que estratégia adotar contra o grupo extremista

EI: a coalizão deve responder à questão do futuro dos territórios libertados na Síria (Khalid al Mousily/Reuters)

EI: a coalizão deve responder à questão do futuro dos territórios libertados na Síria (Khalid al Mousily/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de março de 2017 às 16h39.

Última atualização em 21 de março de 2017 às 16h40.

Os Estados Unidos reúnem nesta quarta-feira os 68 países que lutam contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, com o presidente Donald Trump prometendo "destruir" os extremistas, apesar de uma coalizão enfraquecida por divergências estratégicas.

Será um batismo de fogo para o secretário de Estado americano Rex Tillerson, que receberá dezenas de colegas estrangeiros, incluindo os mais próximos aliados europeus e árabes da América, alguns temerosos com o risco de unilateralismo da administração Trump.

O novo presidente americano foi eleito com um programa nacionalista e isolacionista e quer aumentar o orçamento da defesa em 10%, enquanto diminui em 28% os recursos da diplomacia. Neste contexto, pediu ao Pentágono um plano abrangente para "destruir" o grupo EI.

Ao receber na segunda-feira na Casa Branca o premiê iraquiano, Haider al-Abadi, Donald Trump reafirmou a sua determinação de "se livrar" da organização ultrarradical sunita, elogiando os progressos das forças de Bagdá para retomar Mossul, a segunda cidade do Iraque.

Abadi pediu que os Estados Unidos "acelerem" sua ajuda, lançando uma alfinetada ao ex-presidente Barack Obama considerando seu sucessor "mais envolvido" na luta contra o terrorismo.

Fim do Daesh

"Estamos matando o Daech", insistiu o líder iraquiano, incentivando seus "aliados e amigos a manter o foco para evitar que uma organização terrorista semelhante retorne".

As forças iraquianas, apoiadas pela coalizão internacional sob comando americano, lançaram em 17 de outubro a ofensiva para retomar Mosul, último grande reduto do EI no Iraque. Após reconquistar a zona leste em janeiro, os militares conduzem desde 19 de fevereiro de uma operação no oeste da cidade.

No Pentágono, estima-se que a vitória é inevitável em Mosul, embora combates intensos ainda sejam previstos no centro histórico.

Quanto à Síria, a capital autoproclamada dos extremistas, Raqa, está praticamente isolada, com as principais vias de comunicação cortadas pelas forças curdo-árabes aliadas da coalizão.

Os militares americanos acreditam que em breve o EI não poderá mais controlar esse reduto no vale do Eufrates.

No total, o Pentágono estima que o grupo perdeu 65% dos territórios que detinha em seu apogeu em 2014.

Coalizão enfraquecida

Ainda assim, a coalizão está enfraquecida por divergências entre alguns países membros sobre a estratégia a adotar.

Por exemplo, os Estados Unidos e a Turquia discordam sobre a força que deve liderar o assalto final a Raqa. Os turcos não querem a participação das milícias curdas YPG, consideradas pelo Pentágono como as mais eficazes e preparadas para retomar rapidamente Raqa.

Uma opção seria equipar os curdos com armas pesadas. Outra opção mais aceitável para Ancara seria enviar reforços americanos (artilharia, helicópteros de ataque, conselheiros militares) para apoiar as Forças Democráticas Sírias, sem a entrega de novas armas.

O Pentágono pretende enviar cerca de mil soldados a mais para a Síria, o que dobraria o contingente de cerca de 850 militares americanos implantado neste país devastado pela guerra desde março de 2011, com mais de 320.000 mortos.

Além disso, a coalizão deve responder à questão do futuro dos territórios libertados na Síria: autonomia sob uma forma ou outra, ou devolução ao regime sírio.

Revitalizadas pelo apoio militar russo desde setembro de 2015, as forças sírias fizeram progressos no norte e estão agora perto de Minbej, uma cidade libertada pelas FDS.

A ofensiva em Mossul, que poderia ser concluída no verão, também cria divisões entre os aliados.

"Não é apenas o aspecto militar, devemos falar sobre a reconstrução e governança", argumentou uma fonte diplomática francesa, preocupada com Trump, que tem cortado os orçamentos da diplomacia e assistência internacional e reduzido as contribuições dos Estados Unidos para programas da ONU.

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