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Mesmo com visita de líderes europeus, combates continuam em Kiev

Um bombardeio provocou um grande incêndio mobilizando um esforço frenético de resgate em um prédio de 15 andares em um distrito oeste da cidade

Bombeiros trabalham em um prédio danificado que foi atingido por ataque russo em Kiev, Ucrânia. (STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAINE / HANDOUT/Getty Images)

Bombeiros trabalham em um prédio danificado que foi atingido por ataque russo em Kiev, Ucrânia. (STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAINE / HANDOUT/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de março de 2022 às 15h58.

Combates ferozes continuam em toda a Ucrânia, inclusive na capital Kiev, alvo de constantes disparos da artilharia russa. Nesta terça-feira, 15, um ataque com mísseis atingiu um prédio residencial, matando pelo menos duas pessoas, segundo autoridades ucranianas. O bombardeio provocou um grande incêndio mobilizando um esforço frenético de resgate em um prédio de 15 andares em um distrito oeste da cidade. As ondas de choque de uma explosão também danificaram a entrada de uma estação de metrô no centro da cidade que foi usada como abrigo antiaéreo.

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Um toque de recolher será imposto em Kiev a partir das 20h locais (15h em Brasília) na terça-feira até às 7h (2h em Brasília) na quinta-feira, 16, anunciou o prefeito Vitali Klitschko. "É proibido circular pela cidade sem permissão especial, exceto para ir a abrigos antiaéreos", disse Klitschko.

"A capital é o coração da Ucrânia e será defendida. Kiev, que atualmente é o símbolo e a base operacional avançada da liberdade e segurança da Europa, não será abandonada por nós", finalizou o prefeito.

Visita

Líderes de três países europeus anunciaram que vão visitar Kiev, em meio aos intensos bombardeios russos à capital ucraniana, para encontrar o presidente Volodmir Zelenski, em uma demonstração de apoio à resistência do país nesta terça-feira. O primeiro-ministro checo Petr Fiala e o polonês Mateusz Morawiecki anunciaram planos para a visita, dizendo que eles e Janez Jansa da Eslovênia se encontrariam com o presidente da Ucrânia. O escritório de Zelenski confirmou os planos, no que deve configurar a primeira visita de líderes estrangeiros à capital ucraniana desde o início da invasão russa.

Em meio a visita dos líderes europeus, negociadores russos e ucranianos devem retomar nesta terça as conversas sobre um possível cessar-fogo, iniciadas na segunda-feira, após o que foi descrito como uma "pausa técnica".

Movimentações

O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, anunciou nesta terça-feira que militares tomaram o controle total da região de Kherson, no sul da Ucrânia. Capital provincial de cerca de 250 mil habitantes, Kherson é o primeiro centro urbano importante a cair nas mãos das tropas russas depois da invasão. Autoridades de defesa dos EUA dizem que a Rússia pode usar a cidade como parte de uma estratégia para potencialmente tomar Mykolaiv e depois Odessa.

Forças russas também dispararam foguetes no principal aeroporto civil da região de Dnipro, no leste da Ucrânia, durante a noite, destruindo sua pista e danificando o prédio do terminal, disse o governador regional Valentyn Reznichenko nesta terça-feira.

Enquanto isso, em uma vitória das tropas ucranianas, o governo de Mykolayiv disse que a situação de segurança estava mais calma na área na terça-feira após forças russas serem ligeiramente afastadas da capital. Em entrevista à televisão nacional, o governador Vitali Kim disse que as tropas russas continuaram atirando na cidade de Mikolayiv e que 80 pessoas ficaram feridas na segunda-feira, incluindo duas crianças.

"Você pode ter 99% de certeza de que a região de Mikolayiv continuará a conter o avanço das tropas russas. Há o Rio Bug, que eles precisam atravessar para avançar", disse ele. "Não vamos entregar as pontes aos invasores."

Também no sul, autoridades europeias lutam para levar ajuda humanitária à cidade portuária de Mariupol, cercada por tropas russas. Pelo menos 200 mil pessoas esperam por retirada urgente de da cidade, segundo estimativas oficiais ucranianas.

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