Angela Merkel: "Não é o islã a causa do terrorismo, mas uma interpretação desviada do islã", afirmou a chanceler (Getty/Getty Images)
EFE
Publicado em 18 de fevereiro de 2017 às 10h06.
Munique - A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu neste sábado que "não é o islã a causa do terrorismo, mas uma interpretação desviada do islã" e pediu às autoridades religiosas islâmicas que apontem essa diferença e se distanciem do jihadismo.
Merkel fez estas declarações ao discursar na Conferência de Segurança de Munique (MSC), à qual também está presente o vice-presidente americano, Mike Pence, onde defendeu a necessidade da cooperação "internacional e multilateral" para lutar contra a "ameaça assimétrica" do terrorismo islamita.
"Não é o islã a causa do terrorismo, mas uma interpretação desviada do islã", afirmou a chanceler tentando ressaltar uma diferença que gera dúvidas em alguns setores de ambos lados do Atlântico.
Por isso, pediu que "as autoridades religiosas do islã" se posicionem com "palavras claras" sobre "a diferenciação entre islã pacífico e o terrorismo em nome do islã", já que "isso os não muçulpediu que "as autoridades religiosas do islã" se posicionem com "palavras claras" sobre "a diferenciação entre islã pacífico e o terrorismo em nome do islã"manos não pode fazer como as autoridades islâmicas".
A chanceler defendeu, além disso, "as estruturas multilaterais e internacionais", e citou a União Europeia (UE), a Otan, a ONU e o G20 (grupo de países desenvolvidos e emergentes), como instrumentos para resolver "os desafios de hoje", que "não podem ser resolvidos por um só país".
"Tenho a convicção profunda de que a atuação conjunta nos faz mais fortes", manifestou a chefe do governo alemão.
No entanto, Merkel reconheceu que as estruturas multilaterais não são atualmente "suficientemente eficientes" e advogou por reforçá-las e melhorá-las, ao invés de cair no "protecionismo e no isolamento".
"Estou convencida de que vale a pena lutar pelas estruturas multilaterais na comunidade internacional, mas em muitos âmbitos devemos melhorá-las", indicou.
Entre as instituições que precisam de reformas, Merkel se centrou na UE e reconheceu os erros na construção da moeda única que provocaram a crise da dívida e os erros da zona de livre movimento, evidenciados com a crise dos refugiados.
A respeito da Otan, a chanceler ressaltou que a Alemanha se comprometeu em 2014 com seus parceiros a elevar em uma década seu orçamento militar até 2% do PIB e garantiu que seu governo fará "todos os esforços" precisos porque está "comprometido com esse objetivo".
Além disso, destacou a "grande preocupação" que representa o fato de a Rússia ter violado o princípio da integridade territorial, segundo sua opinião, um dos pilares sobre os quais foi construída a "segurança e a paz" na Europa nas últimas décadas.
Neste sentido,reconheceu que ele gostaria ter "relações razoáveis" com a Rússia, mas que isto é impossível desde que Moscou anexou a Crimeia de forma ilegal.
Apesar de suas reservas com a Rússia, a chanceler advogou por se aferrar à "esperança" do acordo de paz de Minsk já que este acordo "é o único que temos por enquanto".
Merkel também reconheceu os problemas na implementação de Minsk, bloqueado há meses pelas diferenças entre Rússia e Ucrânia.