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Merkel inicia busca de parceiro político

Sobre possibilidade de flexibilizar nova legislatura sua política de austeridade em relação à Europa, Merkel disse que não há "motivo algum" para mudar gestão

Angela Merkel: pela manhã, Merkel conversou com o líder do Partido Social-Democrata (SPD), Sigmar Gabriel, mas uma resposta da legenda sobre uma possível grande coalizão (Johannes Eisele/AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 16h31.

Berlim - Um dia após vencer de forma contundente as eleições gerais na Alemanha , a chanceler Angela Merkel afirmou nesta segunda-feira que seu país "necessita de um governo estável" e iniciou as negociações para encontrar um novo parceiro para seu Executivo.

Pela manhã, Merkel conversou com o líder do Partido Social-Democrata (SPD), Sigmar Gabriel, mas uma resposta da legenda sobre uma possível grande coalizão, como a liderada pela chanceler em seu primeiro mandato, só virá depois da convenção que a formação irá realizar na sexta-feira.

Sua segunda opção seria uma aliança com Os Verdes, que hoje se mostraram dispostos a aceitar um convite de Merkel para conversar, embora tenham afirmado que acham "improvável" formar uma coalizão com os sinais que chegam da União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler.

Já Horst Seehofer, presidente do partido aliado da CDU na Baviera, a União Social-Cristã (CSU), manifestou-se claramente a favor de uma grande coalizão mas disse que em sua legenda não há "nenhuma disposição" de diálogo com os Verdes.

"Temos um mandato claro para governar e o assumiremos", disse Merkel na entrevista coletiva na qual analisou os resultados eleitorais de domingo, que terminaram com 41,5% dos votos e 311 deputados para seu partido, a cinco cadeiras da maioria absoluta.

Sobre a possibilidade de flexibilizar nesta nova legislatura sua política de austeridade em relação à Europa, Merkel disse que não há "motivo algum" para mudar sua gestão.

Segundo sua opinião, o apoio recebido pelos democratas-cristãos demonstra que os alemães querem que seu governo permaneça defendendo seus interesses na Europa e no mundo, mas que também apostam na unidade europeia.


Neste sentido, repetiu um das mensagens de sua campanha eleitoral: a Alemanha foi há alguns anos "o doente da Europa", mas iniciou as reformas que levaram o país à atual estabilidade, caminho que deve ser seguido por seus parceiros de continente para que a União Europeia (UE) saia fortalecida da crise.

"Já alcançamos muito, mas não terminamos", advertiu Merkel para assegurar que o europeísmo "faz parte das marcas" de seu partido.

O SPD, que obteve 25,7% dos votos, não deu pistas sobre se as mudanças na política em relação à Europa farão parte das negociações em uma possível coalizão, mas alertou que toda decisão passa por uma negociação sobre "conteúdos" e "objetivos".

Em uma complicada entrevista coletiva após a derrota, o candidato social-democrata, Peer Steinbrück, afirmou que seu partido não tem "nenhuma pressa" para tomar decisões e lembrou que, caso se decida na convenção conversar com a CDU, haverá "semanas e inclusive meses" de negociações.

"Nós não queremos ser as próximas vítimas de Merkel", disse Steinbrück em alusão à queda do eleitorado sofrido pelo Partido Liberal, que se tornou parceiro de Merkel em 2009 com 14,6% dos votos e caiu ontem para 4,8%, ficando de fora do Bundestag (câmara baixa).

O presidente do partido, Philipp Rösler, vice-chanceler e ministro da Economia nesta legislatura, renunciou hoje ao seu cargo à frente da legenda após reconhecer que ontem foi "a tarde mais amarga para os liberais da Alemanha", presentes no Parlamento desde o início da República Federal.

Rösler assumiu "toda a responsabilidade" pelo resultado e o partido apresentou o candidato a sucedê-lo, o até agora vice-presidente da legenda, Christian Lindner.

Os Verdes, que perderam cerca de um milhão de votos, também fizeram uma autocrítica e anunciaram que convocarão um congresso extraordinário para renovar a cúpula do partido.

O partido ficou como quarta e última força política do Bundestag, com 8,4% dos votos, após ter conseguido há quatro anos 10,7% e chegar a presidir um dos estados federados mais conservadores do país, o "Land" de Baden-Württenberg.

Ao lado da CDU e da CSU, do SPD e dos Verdes, o próximo Bundestag também terá a participação do Die Linke, partido que aglutina ex-comunistas e dissidentes social-democratas.

Apesar de ter perdido votos, o partido ficou como a terceira força parlamentar, com 8,6% dos votos, mas seguirá isolado pois o SPD rejeita qualquer tipo de aliança com esta legenda.

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Pela manhã, Merkel conversou com o líder do Partido Social-Democrata (SPD), Sigmar Gabriel, mas uma resposta da legenda sobre uma possível grande coalizão, como a liderada pela chanceler em seu primeiro mandato, só virá depois da convenção que a formação irá realizar na sexta-feira.

Sua segunda opção seria uma aliança com Os Verdes, que hoje se mostraram dispostos a aceitar um convite de Merkel para conversar, embora tenham afirmado que acham "improvável" formar uma coalizão com os sinais que chegam da União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler.

Já Horst Seehofer, presidente do partido aliado da CDU na Baviera, a União Social-Cristã (CSU), manifestou-se claramente a favor de uma grande coalizão mas disse que em sua legenda não há "nenhuma disposição" de diálogo com os Verdes.

"Temos um mandato claro para governar e o assumiremos", disse Merkel na entrevista coletiva na qual analisou os resultados eleitorais de domingo, que terminaram com 41,5% dos votos e 311 deputados para seu partido, a cinco cadeiras da maioria absoluta.

Sobre a possibilidade de flexibilizar nesta nova legislatura sua política de austeridade em relação à Europa, Merkel disse que não há "motivo algum" para mudar sua gestão.

Segundo sua opinião, o apoio recebido pelos democratas-cristãos demonstra que os alemães querem que seu governo permaneça defendendo seus interesses na Europa e no mundo, mas que também apostam na unidade europeia.


Neste sentido, repetiu um das mensagens de sua campanha eleitoral: a Alemanha foi há alguns anos "o doente da Europa", mas iniciou as reformas que levaram o país à atual estabilidade, caminho que deve ser seguido por seus parceiros de continente para que a União Europeia (UE) saia fortalecida da crise.

"Já alcançamos muito, mas não terminamos", advertiu Merkel para assegurar que o europeísmo "faz parte das marcas" de seu partido.

O SPD, que obteve 25,7% dos votos, não deu pistas sobre se as mudanças na política em relação à Europa farão parte das negociações em uma possível coalizão, mas alertou que toda decisão passa por uma negociação sobre "conteúdos" e "objetivos".

Em uma complicada entrevista coletiva após a derrota, o candidato social-democrata, Peer Steinbrück, afirmou que seu partido não tem "nenhuma pressa" para tomar decisões e lembrou que, caso se decida na convenção conversar com a CDU, haverá "semanas e inclusive meses" de negociações.

"Nós não queremos ser as próximas vítimas de Merkel", disse Steinbrück em alusão à queda do eleitorado sofrido pelo Partido Liberal, que se tornou parceiro de Merkel em 2009 com 14,6% dos votos e caiu ontem para 4,8%, ficando de fora do Bundestag (câmara baixa).

O presidente do partido, Philipp Rösler, vice-chanceler e ministro da Economia nesta legislatura, renunciou hoje ao seu cargo à frente da legenda após reconhecer que ontem foi "a tarde mais amarga para os liberais da Alemanha", presentes no Parlamento desde o início da República Federal.

Rösler assumiu "toda a responsabilidade" pelo resultado e o partido apresentou o candidato a sucedê-lo, o até agora vice-presidente da legenda, Christian Lindner.

Os Verdes, que perderam cerca de um milhão de votos, também fizeram uma autocrítica e anunciaram que convocarão um congresso extraordinário para renovar a cúpula do partido.

O partido ficou como quarta e última força política do Bundestag, com 8,4% dos votos, após ter conseguido há quatro anos 10,7% e chegar a presidir um dos estados federados mais conservadores do país, o "Land" de Baden-Württenberg.

Ao lado da CDU e da CSU, do SPD e dos Verdes, o próximo Bundestag também terá a participação do Die Linke, partido que aglutina ex-comunistas e dissidentes social-democratas.

Apesar de ter perdido votos, o partido ficou como a terceira força parlamentar, com 8,6% dos votos, mas seguirá isolado pois o SPD rejeita qualquer tipo de aliança com esta legenda.

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