Chanceler alemã, Angela Merkel (REUTERS/Kevin Lamarque/Reuters)
AFP
Publicado em 1 de julho de 2018 às 10h14.
A chanceler alemã, Angela Merkel, espera resolver neste domingo a grave crise política que ameaça seu futuro, graças ao endurecimento da política de recepção de migrantes em nível nacional e europeu.
"Último ato", afirma o jornal Süddeustche Zeitung antes das reuniões cruciais neste domingo entre a ala mais conservadora da coalizão de governo, o partido bávaro CSU, e o partido democrata-cristão da chanceler, a CDU.
A CSU, que considera muito permissiva a política migratória de Merkel, comunicará no fim da tarde se considera ou não suficientes as medidas propostas pela chanceler em termos de asilo.
O ministro do Interior e líder dos conservadores bávaros, Horst Seehofer, ameaçou ordenar no início de julho, contra a opinião de Merkel, a expulsão dos migrantes registrados em outro país da União Europeia (UE).
A polêmica com a CSU acontece apesar da queda considerável no número de migrantes desde 2015, quando a Alemanha recebeu quase 900.000 demandantes de asilo.
Se o ministro do Interior tentar impor a expulsão de migrantes, Merkel seria obrigada a demiti-lo, o que provocaria o fim do governo de coalizão e a provável convocação de eleições antecipadas.
A chanceler sempre rejeitou que a Alemanha adote decisões sobre migração de forma unilateral, pelo temor de colocar em perigo a coesão europeia.
Mas Angela Merkel, que nunca teve uma posição tão frágil como nas últimas semanas, cumpriu amplamente com as exigências da CSU, oferecendo uma série de medidas nacionais e negociando um acordo europeu restritivo durante a última reunião de cúpula da UE.
As medidas poderiam encerrar o confronto entre a governante alemã e a os conservadores bávaros.