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Merkel e Papandreou tentam convencer céticos de que resgate grego é viável

A chanceler alemã e o primeiro-ministro grego participam de discurso para industriais alemães nesta terça

Merkel e Papandreou durante o encontro: "Não se trata de um investimento nos erros do passado, mas nos sucessos do futuro", defendeu o líder grego (Henning Schacht/ Bundesregierung-Pool/Getty Images)

Merkel e Papandreou durante o encontro: "Não se trata de um investimento nos erros do passado, mas nos sucessos do futuro", defendeu o líder grego (Henning Schacht/ Bundesregierung-Pool/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2011 às 11h23.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, se esforçaram nesta terça-feira em seus discursos para industriais alemães para vencer a resistência dos céticos de que é viável as perspectivas de sucesso do resgate da Grécia.

"Não se trata de um investimento nos erros do passado, mas nos sucessos do futuro", defendeu Papandreou diante da cúpula empresarial alemã reunida no Dia da Indústria Alemã, na qual garantiu que a "Grécia completará todos os compromissos adquiridos".

"Podemos alcançá-los. Podemos transformar a crise em uma oportunidade", afirmou Papandreou em seu discurso na Confederação da Indústria Alemã (BDI).

Merkel ressaltou os esforços feitos pelo Governo de Atenas e pelas reformas estruturais realizadas e ressaltou que a Europa e a Alemanha estão inevitavelmente unidas à Grécia por um destino comum.

"O euro é nosso futuro comum. Se a Grécia vai mal, a Europa não irá bem e a Alemanha também não, o mais tardar no médio prazo", disse a chanceler.

Merkel considera que o importante é conseguir que os mercados financeiros avaliem os esforços em andamento e vejam que a Grécia trilha um bom caminho.

Merkel e Papandreou enfrentavam um auditório cético, como mostrava uma pesquisa prévia feita pela BDI na qual alguns presentes se questionavam se fazia sentido os esforços para salvar a Grécia e se as medidas a respeito não chegaram tarde demais.

Papandreou reiterou seu compromisso de cumprir sua parte no processo de resgate, mas acrescentou que para alcançar êxito é necessária a ratificação nos Parlamentos nacionais dos acordos da cúpula europeia do final de julho e o apoio das entidades financeiras.

Por isso, fez uma nova chamada aos membros da UE para que se aprove a ampliação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), que nesta quarta-feira será submetido a voto na câmara baixa finlandesa e na quinta-feira no Bundestag alemão.

Papandreou fez referência ao "doloroso caminho" que deve percorrer o povo grego e aos esforços feitos até agora por seu gabinete, com uma drástica redução do déficit do país em 2010, que, no caso comparativo da Alemanha, teria representado uma economia equivalente a 125 bilhões de euros.

O primeiro-ministro grego aproveitou sua participação na cúpula empresarial alemã para pedir investimentos em seu país e citou como setor com possibilidades de receber recursos o de energia alternativa, no qual "Alemanha é um exemplo".

Merkel, por sua parte, manteve sua linha de rejeição à alternativa dos eurobônus - que ela considera uma coletivização da dívida - como ferramenta para sair da crise.

O primeiro-ministro grego e a chanceler alemã fecharão o dia com um jantar de trabalho para abordar a crise helena e as medidas para proteger o euro.

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