Merkel diz que UE "não deu demais" ao Reino Unido
"É positivo que tenhamos nos ocupado com a indexação dos benefícios por filho e com a melhora da competitividade", disse a chanceler
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2016 às 07h28.
Bruxelas - A chanceler da Alemanha , Angela Merkel , garantiu na madrugada deste sábado que o acordo com o Reino Unido é um "compromisso justo" e que os países da União Europeia (UE) "não deram demais" a Londres em suas concessões para manter o país no bloco.
"Acredito que não demos demais ao Reino Unido", afirmou Merkel de forma taxativa em entrevista coletiva ao término do Conselho Europeu, na qual foi perguntada pela parte do acordo em que fica agora especificado que a referência nos tratados a uma "União cada vez mais estreita" não se aplica a esse país.
"É um compromisso justo, que não foi fácil em algumas questões" para os outros países do bloco, admitiu a chefe de governo da Alemanha, porque, para muitos países, isso significou fazer concessões difíceis.
O chanceler da Áustria, Werner Faymann, no entanto, considerou que o bloco "cedeu muito" para conseguir um acordo com o Reino Unido, mas que "terá valido a pena" se o referendo for favorável à UE.
Na opinião de Faymann, isso reflete que, quando há algo em jogo na UE, "é possível buscar uma solução".
Merkel considerou que, em alguns aspectos que foram objeto de negociação, "houve inclusive melhoras" para a UE e "é positivo que tenhamos nos ocupado com a indexação dos benefícios por filho e com a melhora da competitividade", explicou.
A chanceler alemã se referiu ao elemento do acordo sobre a adaptação dos benefícios que os trabalhadores comunitários recém-chegados recebem por filho no local de residência do menor, e ao período de transição de quatro anos, até 2020, para estender esta fórmula àqueles que já residiam no país.
Merkel disse que, ao estar aberta esta opção para outros países, ela "pode pensar em aplicá-la" também na Alemanha.
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, por sua vez, se mostrou confiante que o acordo conseguirá convencer os britânicos no referendo, que qualificou de "grande desafio" para o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que investiu seu capital político para conseguir um melhor status para o país na UE.
"O acordo é um bom acordo, bom para David e bom para a UE. Mas agora, acredito que necessitamos um enfoque diferente no debate europeu, porque a Europa é um grande projeto, um grande sonho e se acreditamos no futuro, agora é o momento de criar a Europa do futuro", comentou.
Na opinião de Renzi, o referendo britânico "pode ser uma grande oportunidade para debater essa ideia de Europa".
"É o momento de não falar apenas do Reino Unido, mas, sobretudo, do que importa na Europa", enfatizou, como a crise dos refugiados.
O primeiro-ministro da Estônia, Taavi Roivas, o mais jovem governante dos países-membros da UE, afirmou que Cameron "pode ir para casa com um resultado muito justo".
"Acredito que (Cameron) pode voltar para casa e recomendar aos britânicos que votem a favor da permanência do país na UE", disse.
"Tivermos muito trabalho durante meses, mas acredito que valeu a pena", opinou o premiê do país báltico.
Bruxelas - A chanceler da Alemanha , Angela Merkel , garantiu na madrugada deste sábado que o acordo com o Reino Unido é um "compromisso justo" e que os países da União Europeia (UE) "não deram demais" a Londres em suas concessões para manter o país no bloco.
"Acredito que não demos demais ao Reino Unido", afirmou Merkel de forma taxativa em entrevista coletiva ao término do Conselho Europeu, na qual foi perguntada pela parte do acordo em que fica agora especificado que a referência nos tratados a uma "União cada vez mais estreita" não se aplica a esse país.
"É um compromisso justo, que não foi fácil em algumas questões" para os outros países do bloco, admitiu a chefe de governo da Alemanha, porque, para muitos países, isso significou fazer concessões difíceis.
O chanceler da Áustria, Werner Faymann, no entanto, considerou que o bloco "cedeu muito" para conseguir um acordo com o Reino Unido, mas que "terá valido a pena" se o referendo for favorável à UE.
Na opinião de Faymann, isso reflete que, quando há algo em jogo na UE, "é possível buscar uma solução".
Merkel considerou que, em alguns aspectos que foram objeto de negociação, "houve inclusive melhoras" para a UE e "é positivo que tenhamos nos ocupado com a indexação dos benefícios por filho e com a melhora da competitividade", explicou.
A chanceler alemã se referiu ao elemento do acordo sobre a adaptação dos benefícios que os trabalhadores comunitários recém-chegados recebem por filho no local de residência do menor, e ao período de transição de quatro anos, até 2020, para estender esta fórmula àqueles que já residiam no país.
Merkel disse que, ao estar aberta esta opção para outros países, ela "pode pensar em aplicá-la" também na Alemanha.
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, por sua vez, se mostrou confiante que o acordo conseguirá convencer os britânicos no referendo, que qualificou de "grande desafio" para o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que investiu seu capital político para conseguir um melhor status para o país na UE.
"O acordo é um bom acordo, bom para David e bom para a UE. Mas agora, acredito que necessitamos um enfoque diferente no debate europeu, porque a Europa é um grande projeto, um grande sonho e se acreditamos no futuro, agora é o momento de criar a Europa do futuro", comentou.
Na opinião de Renzi, o referendo britânico "pode ser uma grande oportunidade para debater essa ideia de Europa".
"É o momento de não falar apenas do Reino Unido, mas, sobretudo, do que importa na Europa", enfatizou, como a crise dos refugiados.
O primeiro-ministro da Estônia, Taavi Roivas, o mais jovem governante dos países-membros da UE, afirmou que Cameron "pode ir para casa com um resultado muito justo".
"Acredito que (Cameron) pode voltar para casa e recomendar aos britânicos que votem a favor da permanência do país na UE", disse.
"Tivermos muito trabalho durante meses, mas acredito que valeu a pena", opinou o premiê do país báltico.