Exame Logo

Merkel diz que laços com EUA não podem ser postos em risco

Debate nacional sobre a concessão de asilo a Edward Snowden não pode permitir que a relações entre os dois países sejam prejudicadas

Angela Merkel, chanceler alemã: porta-voz  deixou claro nesta segunda-feira que a chanceler não está preparada para tomar medidas que possam colocar o relacionamento com os EUA em risco (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2013 às 13h46.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel , reafirmou nesta segunda-feira a importância dos laços da Alemanha com os Estados Unidos , deixando claro que um debate nacional sobre a concessão de asilo ao ex-prestador de serviços de espionagem dos EUA Edward Snowden não pode permitir que a relações entre os dois países sejam prejudicadas.

Nos últimos dias cresceram os pedidos de políticos da oposição e personalidades do meio cultural alemão de que o país conceda asilo a Snowden em troca de seu depoimento em uma investigação sobre a suposta escuta do telefone de Merkel pelos EUA.

Merkel havia permanecido em silêncio desde que um dirigente do partido Verde alemão visitou Snowden na semana passada, na Rússia, e voltou a Berlim com uma mensagem dele, na qual se propõe a cooperar em troca da garantia de asilo seguro.

Em uma aparente tentativa de cortar o debate sobre asilo logo no começo, o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, deixou claro nesta segunda-feira que a chanceler não está preparada para tomar medidas que possam colocar o relacionamento com os EUA em risco.

"A chanceler acredita ter a obrigação de proteger os dados e a privacidade dos cidadãos alemães de monitoramento ilegal, e ela está trabalhando para restabelecer a confiança com os Estados Unidos, e pôr em prática regras claras para a futura cooperação", disse Seibert.

"Isto posto, porém, trata-se também da nossa segurança e nossos interesses como parceiros. Para nós, alemães, a aliança transatlântica continua sendo de suma importância. Dificilmente se encontra um país que lucrou tanto com essa parceria e amizade como a Alemanha... e isso vai guiar a chanceler em todas as decisões futuras." As revelações de Snowden sobre o alcance e os métodos da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), incluindo o rastreamento de grandes volumes de tráfego de Internet e registros telefônicos, irritaram aliados dos EUA, da Alemanha ao Brasil.


A vigilância do Estado é um tema especialmente sensível na Alemanha, país assombrado por memórias de espionagem da Stasi, a polícia secreta da antiga Alemanha Oriental, comunista.

As principais autoridades do setor de segurança dos EUA e da Alemanha estão reunidas esta semana nos EUA para tentar aliviar as tensões causadas pela divulgação de que a NSA, para a qual Snowden trabalhou, grampeou o telefone celular de Merkel.

As autoridades alemãs provavelmente darão informações sobre os resultados da viagem a uma comissão parlamentar na quarta-feira.

Veja também

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel , reafirmou nesta segunda-feira a importância dos laços da Alemanha com os Estados Unidos , deixando claro que um debate nacional sobre a concessão de asilo ao ex-prestador de serviços de espionagem dos EUA Edward Snowden não pode permitir que a relações entre os dois países sejam prejudicadas.

Nos últimos dias cresceram os pedidos de políticos da oposição e personalidades do meio cultural alemão de que o país conceda asilo a Snowden em troca de seu depoimento em uma investigação sobre a suposta escuta do telefone de Merkel pelos EUA.

Merkel havia permanecido em silêncio desde que um dirigente do partido Verde alemão visitou Snowden na semana passada, na Rússia, e voltou a Berlim com uma mensagem dele, na qual se propõe a cooperar em troca da garantia de asilo seguro.

Em uma aparente tentativa de cortar o debate sobre asilo logo no começo, o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, deixou claro nesta segunda-feira que a chanceler não está preparada para tomar medidas que possam colocar o relacionamento com os EUA em risco.

"A chanceler acredita ter a obrigação de proteger os dados e a privacidade dos cidadãos alemães de monitoramento ilegal, e ela está trabalhando para restabelecer a confiança com os Estados Unidos, e pôr em prática regras claras para a futura cooperação", disse Seibert.

"Isto posto, porém, trata-se também da nossa segurança e nossos interesses como parceiros. Para nós, alemães, a aliança transatlântica continua sendo de suma importância. Dificilmente se encontra um país que lucrou tanto com essa parceria e amizade como a Alemanha... e isso vai guiar a chanceler em todas as decisões futuras." As revelações de Snowden sobre o alcance e os métodos da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), incluindo o rastreamento de grandes volumes de tráfego de Internet e registros telefônicos, irritaram aliados dos EUA, da Alemanha ao Brasil.


A vigilância do Estado é um tema especialmente sensível na Alemanha, país assombrado por memórias de espionagem da Stasi, a polícia secreta da antiga Alemanha Oriental, comunista.

As principais autoridades do setor de segurança dos EUA e da Alemanha estão reunidas esta semana nos EUA para tentar aliviar as tensões causadas pela divulgação de que a NSA, para a qual Snowden trabalhou, grampeou o telefone celular de Merkel.

As autoridades alemãs provavelmente darão informações sobre os resultados da viagem a uma comissão parlamentar na quarta-feira.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAngela MerkelEdward SnowdenEspionagemEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame