Yangon - Uma equipe de mergulhadores birmaneses afirma ter encontrado no fundo do rio Yangon o lendário sino de um pagode saqueado por um mercenário português há quatro séculos.
Diante dos olhares de uma multidão fascinada, dezenas de mergulhadores escassamente equipados passaram semanas explorando as águas agitadas deste rio, com a esperança de encontrar o sino Dhammazedi.
Antes deles, outros caçadores de tesouros fracassaram na tentativa de encontrar o sino do pagode Shwedagon, roubado no século XVII e cujo peso teria afundado o barco que o transportava.
"Depois de ter pedido a autorização de todas as pessoas nobres e dos santos, declaramos que encontramos o sino Dhammazedi", indicou em um comunicado o responsável pelas tarefas de busca, San Lin, sem apresentar a prova de suas afirmações.
Alguns historiadores birmaneses estão perplexos e duvidam inclusive da existência do sino.
O ceticismo pode ser explicado em parte pelos métodos dos mergulhadores, que não utilizaram o equipamento moderno da exploração submarina e preferiram se esforçar em acalmar o espírito do dragão que, segundo eles, protege o sino.
"Invocando os espíritos, os dragões e os pássaros da mitologia e seguindo os conselhos dos astrólogos não é possível encontrar nada", disse Chit San Win, da Comissão de História birmanesa, interrogada pela AFP.
San Lin prometeu de qualquer forma tirar o sino da água nos próximos dias.
O sino de bronze pesaria 294 toneladas, o equivalente a um Boeing 777.
Os historiadores acreditam que o rei-monge Dhammazedi presenteou o pagode Shwedagon com o famoso sino em 1484.
Posteriormente, ele foi roubado pelo mercador português Filipe de Brito e Nicote, que queria fundi-lo para fabricar canhões.
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1. Histórias e objetos misteriosos
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1/7 (Kym McLeod/ Stock Exchange)
São Paulo – EXAME.com selecionou 6 histórias que envolvem manuscritos secretos, achados arqueológicos indecifráveis e até possíveis sinais de vida fora da terra. Fatos e objetos cujas explicações permanecem desconhecidas. Então, enquanto a ciência e seus incansáveis pesquisadores não esgotam teorias e hipóteses para tentar encontrar respostas, confira na galeria algumas destas histórias:
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2. O manuscrito Voynich
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2/7 (Beinecke Rare Book and Manuscript Library, Yale University)
O livro recebeu esse nome em homenagem ao colecionador de livros raros Wilfrid M. Voynich, que o descobriu no ano de 1912, em Roma. De origem desconhecida, o manuscrito é envolto em mistérios: não se sabe quem o escreveu e muito menos o conteúdo dos seus textos, jamais decifrados. Sabe-se apenas que foi escrito em algum lugar da Europa Central, entre os séculos 15 e 16. O manuscrito é dividido em capítulos e as suas ilustrações dão a entender que o conteúdo é científico. O primeiro parece ser sobre botânica, com desenhos de espécies que nunca foram identificadas. A biologia também é abordada de maneira esquisita. As ilustrações do capítulo mostram mulheres nuas, com o abdômen inchado (grávidas?), imersas em líquido e conectadas através de tubos. (Os dois exemplos são retratados na imagem ao lado) Bom, a história do livro e suas características bizarras renderam a ele o título de “manuscrito mais misterioso do planeta”. Há quem diga que o livro foi escrito pelo próprio Voynich, que pretendia mesmo era ganhar muito dinheiro com a sua venda. A verdade por trás do mistério, contudo, dificilmente será encontrada. O manuscrito Voynich hoje pode ser encontrado na biblioteca
Beinecke Rare Book and Manucript, da Universidade de Yale, Estados Unidos.
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3. O mapa de Piri Reis
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3/7 (Wikimedia Commons)
O mapa de Piri Reis foi descoberto em 1929, enquanto o governo turco preparava a transformação do Palácio Topkapi, residência principal dos sultões do Império Otomano, em um museu. Foi desenhado no ano de 1513, em pele de gazela, pelo Almirante Piri Reis. O documento detalha, com precisão bem avançada para a época, as Américas, o Oceano Atlântico, a Península Ibérica, a costa oeste da África e também a Antártica. Tudo com base em mapas diversos, inclusive da época de Alexandre, o Grande. E é exatamente a sua precisão que traz à tona alguns mistérios acerca da origem das informações. Um deles é como Piri Reis poderia saber sobre a Antártica muito antes da sua descoberta pelo capitão James Cook. Existem milhares de teorias. Para os mais céticos, por exemplo, Piri Reis usou mapas de navegadores chineses que poderiam ter chegado ao continente anos antes. Há também quem acredite que Reis encontrou a informação em mapas de alguma civilização desconhecida. Bom, como nenhuma das teoria é conclusiva, o mistério acerca do mapa desenhado por Piri Reis permanece.
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4. O Santo Sudário
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4/7 (Wikimedia Commons)
Nenhuma galeria sobre mistérios da ciência estaria completa sem a inclusão do Santo Sudário. A peça é um manto de linho que mostra a imagem de um homem que parece ter sofrido ferimentos similares aos causados por uma crucificação. Reza a lenda cristã que tal homem é, ninguém mais, ninguém menos que Jesus Cristo. Em 1988,contudo, cientistas em três laboratórios diferentes realizaram testes de datação de carbono, e os resultados foram desanimadores. A conclusão chegada por eles foi que o manto não passava de uma farsa produzida entre 1260 e 1390. Ponto final? Não. O manto voltou a ser assunto há alguns meses com o lançamento de um livro que coloca em xeque as teorias que refutam sua legitimidade. Seu autor é um respeitado, e agnóstico, historiador,
Thomas de Wesselow. No livro, ele relata novas evidências que apontam que a história do Santo Sudário pode ser real. Ou seja, sua origem volta a ser um mistério. O manto está há mais de 400 anos guardado na Capela de Turim, na Itália, e raramente é visto pelo público. Sua última aparição foi em 2010, quando ficou exposto por seis semanas e recebeu mais de dois milhões de visitas.
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5. O Disco de Festos
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5/7 (Wikimedia Commons)
O curioso disco de cerâmica foi encontrado na ilha de Creta, Grécia, e é mais um achado arqueológico parte da categoria de “objetos jamais decifrados”. É possível que tenha sido produzido durante a Era do Bronze, pela civilização minoica, que habitou o local entre os séculos XXX e XV A.C. Segundo informações da
Universidade de Nevada, Estados Unidos, tal civilização desenvolveu vários sistemas de escrita e pictografia, todas já decifradas. Exceto os sinais registrados neste disco, que até hoje permanecem um mistério. O disco foi descoberto em 1908, pelo arqueólogo italiano Luigi Pernier. É o único artefato arqueológico encontrado na ilha que conta com tais escritos. Sua origem é datada de 1700 A.C., quando outro tipo de escrita minoica era comum. Tais fatos trazem ainda mais dúvidas acerca do seu conteúdo, significado e, como não poderia deixar de ser, sua legitimidade.
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6. O sinal “WOW!”
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6/7 (Wikimedia Commons)
O ano de 1977 poderia ter entrado para história como o ano no qual a humanidade finalmente ficou sabendo se está sozinha no universo ou não. Foi quando o telescópio “Big Ear”, da Universidade de Ohio, captou um sinal que durou apenas 72 segundos e foi originado na Constelação de Sagitário. O sinal teria passado despercebido, não fosse o Dr. Jerry Ehman, que trabalhava no projeto. Ao analisar a papelada do computador dias depois, ele encontrou uma estranha alteração, ilustrada na imagem ao lado.
Para entendê-la: os números menores significam ruídos baixos, típicos de um sinal convencional. Porém, enquanto o telescópio vasculhava o espaço, encontrou alguma coisa muito estranha e que fez com que o computador gerasse números maiores e até letras (6EQUJ5). Mais curioso ainda é o fato de ter chegado até a letra “U”. A vogal equivale a um ruído trinta vezes mais forte que o normal. Surpreso, Dr. Ehman marcou a sequência com a expressão “Wow!”. Anos se passaram e com eles inúmeras tentativas de busca pelo sinal foram em vão. O fato de ele nunca mais ter sido detectado é considerado por muitos como prova de que tudo não passou de uma interferência de um satélite, por exemplo. Até mesmo o Dr. Ehman tentou encontrar outras justificativas para o ocorrido. Mas, nada ficou comprovado e até hoje não se sabe o que causou o “Wow!”.
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7. Kryptos
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7/7 (Wikimedia Commons)
A escultura
Kryptos foi feita pelo artista
Jim Sanborn e está localizada em frente ao prédio da
CIA em Langley, Virginia (EUA). A peça suscita muito debate entre decodificadores, profissionais e amadores. Isso porque contém 4 mensagens criptografadas, das quais três já foram decifradas. A última, porém, permanece desconhecida. Sabe-se apenas que um conjunto de letras significa “Berlin”, mas a dica foi dada pelo próprio artista. Para elaborar o sistema de códigos, um dos mais famosos entre os não decifrados, Sanborn trabalhou diretamente com um ex-funcionário da CIA, justamente o chefe da divisão de criptografia da agência. Entre as passagens conhecidas, existe uma que diz o seguinte: “Quem sabe a localização exata? Apenas WW ”. “WW”, no caso, era William Webster, diretor da CIA na época. No dia da inauguração da escultura, Sanborn teria dado a ele um envelope contendo a mensagem. Tempos depois, entretanto, o ex-diretor revelou que as informações estavam incompletas. O mistério acerca da mensagem real contida entre os códigos permanece. Mas não existe motivo para pânico. Sanborn, hoje com 67 anos, já disse que caso morra antes que alguém decifre a mensagem, uma pessoa, designada por ele, terá a resposta.