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Membro da Otan, Turquia se opõe à entrada de Suécia e Finlândia

O presidente turco indicou que a Turquia poderia usar seu status de membro da Otan para vetar as duas nações

Presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, durantes discurso em Istambul (Murad Sezer/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de maio de 2022 às 11h14.

Última atualização em 13 de maio de 2022 às 11h25.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan , afirmou nesta sexta-feira, 13, que seu país "não é favorável" a que Finlândia e Suécia ingressem na Organização do Tratado do Atlântico Norte ( Otan ). Com isso, ele indicou que a Turquia poderia usar seu status de membro da aliança militar para vetar as duas nações.

"Nós estamos acompanhando com cuidado os fatos envolvendo Suécia e Finlândia, mas não temos uma opinião favorável", disse Erdogan a repórteres. Ele disse que a Suécia e outros países escandinavos supostamente apoiariam militantes curdos e outros considerados terroristas pela Turquia. Também acusou a Grécia, aliada daOtan, de usar a aliança contra a Turquia, dizendo que Ancara não quer repetir esse "erro".

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Erdogan não disse claramente que bloquearia qualquer tentativa de acesso dos dois países nórdicos, mas aOtantoma todas as decisões por consenso, portanto cada um dos 30 membros teria potencial poder de veto sobre novos integrantes.

O secretário-geral daOtan, Jens Stoltenberg, já disse que, caso os dois países façam um pedido formal, seriam bem-vindos. Vários funcionários daOtandisseram que o procedimento para acesso poderia levar "algumas semanas", embora possa levar cerca de seis meses para os membros ratificarem o protocolo de acesso.

Suécia indica adesão à Otan

A Suécia sinalizou nesta sexta-feira, 13, que deve seguir o exemplo da Finlândia e solicitar a adesão à Otan. Autoridades do governo sueco se mostraram favoráveis à entrada na aliança, após a apresentação de um relatório estratégico ao Parlamento que indica o ingresso no bloco.

A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, afirmou que a entrada na Otan ajudaria a estabilizar o país, além de beneficiar outras nações ao redor do Mar Báltico. "A adesão da Suécia à Otan aumentaria o limite para conflitos militares e, portanto, teria um efeito de prevenção de conflitos no norte da Europa", disse Linde a repórteres ao apresentar um relatório sobre segurança ao Parlamento.

De acordo com o relatório elaborado pelo governo e por partidos no Parlamento, apresentado antes da decisão final sobre o ingresso, a adesão da Suécia à Otan elevaria "o limiar (de deflagração) dos conflitos militares" e teria um efeito dissuasivo.

Caso a decisão se confirme após as tratativas no Parlamento, a Suécia romperá com quase 200 anos de neutralidade e não alinhamento militar, tomando o lado da Otan na disputa geopolítica europeia. "O não alinhamento militar nos serviu bem, mas estamos em uma nova situação agora", acrescentou Linde.

O relatório, intitulado "Deterioração do ambiente de segurança - implicações para a Suécia", concluiu que "se a Suécia e a Finlândia fossem membros da Otan, todos os países nórdicos e bálticos seriam cobertos por garantias de defesa coletiva".

"A incerteza atual sobre que forma a ação coletiva tomaria se ocorresse uma crise de segurança ou um ataque armado diminuiria" acrescentou. Os comentários da ministra e a apresentação do relatório vêm um dia depois que os líderes da Finlândia se comprometeram a solicitar o ingresso na aliança de 30 nações.

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