Melania Trump: ex-modelo retratou o marido como um pai amoroso e homem de negócios de sucesso (Daniel Acker/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2016 às 07h22.
A esposa de Donald Trump, Melania, afirmou na segunda-feira na convenção republicana que seu marido está "preparado para dirigir o país", mas algumas frases que parecem ter sido copiadas de um discurso de Michelle Obama provocaram polêmica.
O discurso da ex-modelo de 46 anos, elegante e até o momento pouco presente na campanha, encerrou a primeira noite da convenção republicana, que deve nomear oficialmente Trump como candidato do partido na eleição presidencial.
"Vamos ganhar", afirmou apenas o bilionário antes de apresentar sua mulher, Melania, no palco da Quicken Loans Arena, onde ele será indicado oficialmente nesta terça-feira como candidato à presidência para o pleito de 8 de novembro.
Com um longo vestido branco, a terceira esposa do magnata do setor imobiliário, 24 anos mais jovem que o empresário, fez um grande elogio, com moderado entusiasmo, ao marido, um homem que segundo ela "fará uma verdadeira diferença".
"Não se rende (...) Donald é e sempre foi um grande líder", disse Melania Trump, que em 14 minutos retratou o candidato republicano como um pai amoroso e um homem de negócios de sucesso, que será uma presidente forte mas compassivo.
A ex-modelo, nascida na Eslovênia e naturalizada americana em 2006, também descreveu sua infância em uma família que a ensinou que "é necessário trabalhar duro para conseguir o que você deseja na vida".
Mas este trecho e outras partes do discurso foram considerados parecidos com um discurso pronunciado por Michelle Obama.
As passagens foram tão similares que a campanha de Donald Trump publicou um comunicado para explicar que a equipe que redigiu o discurso de Melania havia "tomado notas sobre o que a inspirava na vida e, em alguns casos, incluíram fragmentos que refletiam seu próprio pensamento".
A campanha não menciona explicitamente que os trechos haviam saído da boca da atual primeira-dama americana.
Revolta interna
Cleveland (Ohio), uma cidade de 400.000 habitantes na região nordeste dos Estados Unidos, conta com um grande esquema de segurança, em previsão às muitas manifestações nas ruas, que até agora foram pacíficas e sem incidentes.
O discurso de Melania Trump foi a principal atração de um primeiro dia caótico e intenso, que terminou perto da meia-noite.
Poucas horas antes, a convenção foi cenário de uma revolta dos críticos de Trump na grande arena, sede do Cleveland Cavaliers, atual campeão da NBA, onde estavam reunidos quase 2.500 delegados de 50 estados.
Os debates provocaram uma troca de ofensas entre fãs e críticos de Trump.
Os delegados antiTrump, furiosos com um candidato que prometeu construir um muro na fronteira com o México e vetar a entrada no país dos muçulmanos, explodiram de irritação contra uma moção que se pretendia aprovar sem votação.
Os republicanos se apresentam como defensores das forças de segurança, após os recentes episódios de violência policial contra negros, mas também de assassinato de policiais.
"Precisamos de força", disse Trump antes da convenção ao canal Fox News, antes de criticar o presidente Barack Obama, que acusou de dividir o país.
Dividida pela retórica incendiária de Trump, a convenção também chama a atenção por conta dos grandes nomes do partido que não viajaram a Cleveland, incluindo os ex-presidentes George W. Bush e George H. W. Bush, os últimos republicanos a ocupar a Casa Branca, assim como o governador do estado anfitrião, Ohio, John Kasich.
Mas a campanha de Trump nega fissuras.
Esta é a convenção de Trump. O partido está unido", disse Paul Mananfort, chefe de campanha do republicano.
A convenção começou com um minuto de silêncio em homenagem aos policiais assassinados nos últimos dias em Dallas e Baton Rouge: o tema político do dia foi a segurança, nos Estados Unidos e no exterior, um dos pontos mais citados pela campanha de Trump.
Compare os discursos de Melania Trump e Michelle Obama (em inglês):