Mundo

Médico diz que morte de Arafat foi por envenenamento

O médico, no entanto, não apresentou provas que confirmem sua constatação

Yasser Arafat em 21 de abril de 2004: Médicos do hospital onde ele morreu rejeitaram fornecer mais informações sobre o caso (Hussein Hussein/AFP)

Yasser Arafat em 21 de abril de 2004: Médicos do hospital onde ele morreu rejeitaram fornecer mais informações sobre o caso (Hussein Hussein/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2012 às 20h00.

Jerusalém - O histórico líder palestino Yasser Arafat morreu envenenado por uma substância tóxica desconhecida, disse nesta quinta-feira o diretor do comitê médico que investiga as causas de seu falecimento, Abdullah Al Bashir.

O médico, no entanto, não apresentou provas que confirmem sua constatação. Segundo Bashir, os relatórios médicos divulgados até então não revelam o motivo da morte. O jordaniano afirmou também que sem exumar o cadáver é quase impossível confirmar o envenenamento pela substância radioativa letal polônio 210, como sugere uma recente investigação promovida pela rede de televisão ''Al Jazeera''.

''O relatório francês dizia que os especialistas não foram capazes de encontrar uma razão ou doença conhecida que possa explicar as causas da morte'', disse Bashir.

O diretor afirmou, além disso, que os médicos do hospital de Bercy (nas proximidades de Paris), onde Arafat morreu em 2004, rejeitaram fornecer mais informações sobre o caso, de acordo com pedido feito pelo comitê médico criado por causa dos recentes fatos revelados pela ''Al Jazeera'', informou a agência de notícias palestina ''Maan''.

O médico jordaniano, que apareceu na mídia ao lado de vários dirigentes palestinos, mostrou-se partidário da realização de uma investigação para esclarecer a morte de Arafat, que contará com a participação de uma equipe suíça quando a exumação do corpo for autorizada. A iniciativa é apoiada pela viúva do histórico líder, Suha Arafat.


O porta-voz presidencial palestino, Nabil Abu Rudeina, afirmou em entrevista coletiva que ''não haverá obstáculos'' na ''busca pela verdade'' sobre a morte de Arafat, cujos restos estão em Muqata de Ramala, sede do Governo da ANP (Autoridade Nacional Palestina).

Na terça-feira passada, uma fonte oficial palestina afirmou, sob condição de anonimato, que vários países, entre eles Estados Unidos e França, pressionavam a ANP para não investigar a morte do dirigente palestino.

Bashir permanecerá três dias em Ramala, onde se reunirá com líderes palestinos e examinará as informações sobre o caso.

Durante a investigação da ''Al Jazeera'', o Instituto de Radiação Física de Lausanne (Suíça) encontrou polônio 210 em alguns objetos pessoais de Arafat, como roupas, escova de dentes e sua emblemática ''kufiya'' (lenço palestino).

Israel, por sua vez, disse que as alegações de morte por envenenamento são ''ridículas''. 

Acompanhe tudo sobre:MortesOriente MédioPalestina

Mais de Mundo

'Fomos atingidos três vezes', diz comissário que sobreviveu à queda de avião no Cazaquistão

Montenegro extraditará aos EUA magnata sul-coreano das criptomoedas

Mais de 30 mil sírios estabelecidos na Turquia retornam ao país após queda de Assad

Policial argentino detido na Venezuela é processado por 'terrorismo'