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May tenta acordo com trabalhistas para firmar novo acordo do Brexit

O maior processo de mudança da política externa e de comércio do Reino Unido agora se vê afundado em incertezas

Brexit: manifestantes protestam pela saída do Reino Unido da União Europeia (Toby Melville/Reuters)

Brexit: manifestantes protestam pela saída do Reino Unido da União Europeia (Toby Melville/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de abril de 2019 às 12h39.

LONDRES - O governo do Reino Unido manteve no ar a possibilidade de firmar compromisso com o Partido Trabalhista neste domingo, de forma a obter apoio no Parlamento e chegar a um acordo para deixar a União Europeia, a poucos dias do prazo mais recente do Brexit.

A primeira-ministra Theresa May, mais enfraquecida do que nunca depois que seu acordo do Brexit foi rejeitado pelo Parlamento três vezes, se viu forçada a recorrer ao líder trabalhista Jeremy Corbyn após desistir de conquistar os eurocéticos em seu próprio Partido Conservador, cuja oposição a ela tem endurecido.

Com a saída do Reino Unido agora marcada para 12 de abril, o governo de May está perdendo muito tempo para aprovar um acordo em um Parlamento bastante dividido e agora deve apresentar uma nova proposta para garantir outro adiamento do prazo de saída do bloco junto aos líderes da União Europeia, em uma cúpula na quarta-feira.

O maior processo de mudança da política externa e de comércio do Reino Unido em mais de 40 anos agora se vê afundado em incertezas, com ministros dizendo que o Brexit pode não acontecer mais, corporações preocupadas com o país deixando o bloco sem um acordo e muitos outros querendo reverter a posição do governo.

Em uma última tentativa para obter a aprovação do acordo no Parlamento, May abriu diálogo com Corbyn na semana passada para tentar chegar a um entendimento sobre os futuros laços do Reino Unido com a UE em troca de apoio do líder trabalhista ao acordo de "divórcio" da primeira-ministra.

Essas negociações até agora não produziram nenhum resultado prático, com os legisladores trabalhistas dizendo que o governo ainda tem que recuar de suas "linhas vermelhas", sobretudo em relação a alfândega, que definem altas tarifas para bens importados para a UE.

"Especificamente, uma vez que estamos deixando a União Europeia, é importante que tenhamos compromisso. É disso que se trata, e trataremos de fazer com os dentes cerrados", disse Andrea Leadsom, a líder da Câmara dos Comuns (câmara baixa do Parlamento), apoiadora do Brexit.

O ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, pediu aos dois lados que encontrem o que ele chamou de "um acordo sensato para acabar com a paralisia na política britânica e evitar um Brexit desordenado".

Mas apesar de descrever as conversas como positivas, a líder de política comercial do Partido Trabalhista, Rebecca Long-Bailey, disse que não houve mudanças reais no acordo.

"Eu acho que os dois lados estão empenhados em trabalhar rigorosamente para comprometer o máximo possível, para que possamos oferecer o melhor Brexit possível, que é o que acho que o Parlamento precisa desesperadamente no momento", disse ela à BBC.

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