THERESA MAY: premiê britânica se reuniu com a equipe e falou a parlamentares do partido após derrota nas eleições / Leon Neal/Reuters
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2017 às 18h55.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h50.
May na berlinda
A premiê britânica, Theresa May, desculpou-se com parlamentares e membros do Partido Conservador pela derrota nas eleições gerais da última quinta-feira — o pleito foi antecipado por May e fez o partido perder 13 cadeiras e sua maioria no Parlamento. “Eu nos coloquei nessa bagunça e vou nos tirar dela”, disse a premiê. A permanência de May no cargo não é uma certeza: embora os parlamentares tenham dito que “não há clima” para trocar a liderança, parte da imprensa vem apoiando nomes como o ministro das Finanças, Philip Hammond, e o secretário de Estado, Boris Johnson. Para retomar a maioria, o Partido Conservador tenta uma controversa aliança com o ultraconservador DUP (Partido Unionista Democrático, da Irlanda do Norte).
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Brexit adiado
A indecisão no Reino Unido deve fazer a União Europeia adiar o início das negociações pelo Brexit, saída britânica da União Europeia, anteriormente marcadas para começar na próxima segunda-feira 19. O chefe das negociações, Michel Barnier, não conseguiu chegar a um acordo sobre a data, e disse que se May insistir em negociar a saída e um acordo de livre-comércio ao mesmo tempo, as conversas podem ser atrasadas em “até um ano”. A premiê da Escócia, Nicola Sturgeon, também afirmou pela manhã que o resultado eleitoral é uma prova de que a postura de saída dura do bloco proposta por May foi “rejeitada” pela população.
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Franceses pró-reformas
Os resultados oficiais da eleição legislativa francesas, divulgados na manhã desta segunda-feira, confirmam a ampla vantagem parlamentar do presidente francês, Emmanuel Macron. O partido A República em Marcha, que Macron fundou em abril de 2016, e seu aliado Modem, obtiveram 32% dos votos, à frente dos 21,5% dos Republicanos e dos 13,2% da ultraconservadora Frente Nacinal, de Marine Le Pen. Ao comentar o resultado na França, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que os números mostram o “voto forte por reformas”.
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Vitória de Maduro
O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela rejeitou um recurso da Procuradoria-Geral que pedia a anulação da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro. O Tribunal, tradicionalmente apoiador de Maduro, manteve a eleição marcada para o dia 30 de junho. O recurso para cancelar o pleito havia sido apresentado pela procuradora Luisa Ortega Díaz, que afirma que a Constituinte fere princípios como a “legalidade administrativa” — um dos pontos criticados é que apenas parte das 545 cadeiras serão eleitas por voto direto. Enquanto isso, a Venezuela segue em grave crise econômica e institucional, com mais de 60 mortos em protestos contra o governo nos últimos dois meses.
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Rússia: oposição presa
A polícia russa prendeu mais de 1.000 pessoas em protestos contra o governo nesta segunda-feira em 180 cidades do país. Entre os detidos está o principal líder da oposição, Alexei Navalny, que organizou os protestos e pretende disputar a Presidência com Vladimir Putin em 2018. Navalny já havia sido preso após outro conjunto de manifestações, em março. A escolha desta segunda-feira como data dos protestos se deve ao aniversário da chamada independência russa, em 1990, quando o país se separou da União Soviética, que se dissolveria por completo em 1991.
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Isis ao ataque?
O grupo terrorista Estado Islâmico estaria convocando seus seguidores a lançar ataques contra várias regiões, como Estados Unidos, Europa, Rússia, Austrália, Iraque, Síria, Irã e Filipinas, durante o feriado do Ramadã — data sagrada para os muçulmanos, que teve início em maio. Um arquivo de áudio, de autenticidade não verificada, começou a circular no aplicativo de mensagens Telegram nesta segunda-feira, e teria sido gravado pelo porta-voz do Isis, Abi al-Hassan al-Muhajer. Nas últimas duas semanas, o Isis reivindicou a autoria dos atentados em Manchester e Londres nas últimas semanas.
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Árabes: crise continua
O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou nesta segunda-feira com o emir do Kuwait, Sabah Al Ahmad Al Sabah, principal mediador das negociações para o fim da crise no Golfo Pérsico após o boicote ao Catar — sauditas e países como Egito e Emirados Árabes Unidos acusam o Catar de financiar o terrorismo e apoiar o Irã. A escalada da crise vem preocupando não só a França, como também outros países da região. O premiê do Paquistão, Nawaz Sharif, chegou à Arábia Saudita para discutir o caso e enviados do golfo foram até Ancara conversar com o governo turco. Mas as hostilidades entre as partes continuam: o chanceler dos Emirados Árabes, Anwar Gargash, criticou nesta manhã o Catar por “internacionalizar a crise” e “gritar que está sendo oprimido”.