Theresa May: premiê pediu na sexta-feira (8), aos dirigentes da União Europeia um incentivo maior que ajude na aprovação do texto (Clodagh Kilcoyne/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de março de 2019 às 09h12.
São Paulo - Às vésperas de o Parlamento britânico votar novamente seu controvertido acordo sobre o Brexit, a primeira-ministra Theresa May pediu na sexta-feira (8), aos dirigentes da União Europeia um incentivo maior que ajude na aprovação do texto. A premiê também alertou que, se os deputados britânicos rejeitarem o acordo de novo na terça-feira, o Reino Unido jamais poderá sair da UE.
Líderes britânicos e europeus devem retomar neste fim de semana uma nova rodada de negociações antes da segunda votação decisiva na Câmara dos Comuns, após ela rejeitar em janeiro o texto acertado entre Londres e Bruxelas.
Se os deputados rejeitarem novamente o texto na terça, no dia seguinte deverão decidir se querem um Brexit sem acordo. Se também não aprovarem uma saída abrupta do bloco europeu deverão se pronunciar na quinta-feira sobre uma proposta de prorrogação "limitada" da data de saída, ideia que May acabou colocando sobre a mesa diante da pressão de alguns ministros.
A três semanas da data prevista para o Brexit - no dia 29 -, os contatos entre as duas partes, que o governo britânico classificou de difíceis, não permitiram, segundo a Comissão Europeia, identificar nenhuma solução para a questão mais delicada do acordo: a salvaguarda irlandesa.
O mecanismo busca impedir a reintrodução de uma fronteira física entre a República da Irlanda - país membro da UE - e a província britânica da Irlanda do Norte, para proteger o acordo de paz que em 1998 pôs fim a décadas de conflito sangrento em a região.
O negociador-chefe da UE para o Brexit, Michel Barnier, revelou que o bloco ofereceu ao Reino Unido a opção de sair de forma unilateral da união aduaneira contemplada no mecanismo de "backstop" para evitar uma fronteira física na ilha da Irlanda após a saída britânica. Mas May já se opôs anteriormente a estabelecer uma fronteira aduaneira no Mar da Irlanda, entre a ilha da Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte. Os deputados querem garantias legais de que o Reino Unido não permanecerá atado indefinidamente às estruturas do bloco, caso o mecanismo de proteção seja ativado. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.