Mau tempo adia julgamento de Mohamed Mursi
Mursi não pôde ser transferido para Academia de Polícia, nos arredores do Cairo, devido ao mau tempo que impediu a decolagem do helicóptero no qual ia a viajar
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 13h31.
Cairo - O tribunal que julga o presidente deposto do Egito Mohamed Mursi adiou nesta quarta-feira a segunda sessão de seu julgamento para 1º de fevereiro, no meio de um forte desdobramento de segurança e enfrentamentos entre seus seguidores e a polícia.
Mursi não pôde ser transferido para a Academia de Polícia, nos arredores do Cairo, a partir da prisão de Burj al Arab, em Alexandria, devido ao mau tempo que impediu a decolagem do helicóptero no qual ia a viajar, explicou à Agência Efe uma fonte de segurança.
"O helicóptero que ia transportar Mursi de Burj al Arab chegou ontem à prisão e o piloto já temia que o aeronave não pudesse decolar pelo mau tempo e o denso nevoeiro em Alexandria", disse o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, em declarações ao jornal ""Al-Ahram"".
Junto com Mursi estão sendo processados outros 14 dirigentes da Irmandade Muçulmana, entre os que destacam Essam el-Erian, vice-presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ) - braço político da Irmandade -, e o membro de seu executivo Mohamed Beltagy.
Oito dos acusados (o resto é julgado à revelia) chegaram em veículos blindados à Academia, nos arredores da capital, vindos da prisão cairota de Tora e esperaram em seu interior até que se anunciou o adiamento da sessão.
Todos eles enfrentam acusações por suposto envolvimento na morte de manifestantes e nos incidentes ocorridos nos arredores do palácio presidencial de Itihadiya em 5 de dezembro de 2012.
Mursi é o segundo presidente egípcio a passar por um tribunal na Academia de Polícia, cercada hoje por milhares de policiais e com as estradas de acesso bloqueadas. No mesmo local é julgado também o ex-presidente Hosni Mubarak, acusado da morte de manifestantes na revolução de 25 de janeiro de 2011.
Os veículos de comunicação também fizeram um grande desdobramento no Cairo, à espera de ver Mursi reaparecer. Ele não é visto desde a destituição por militares em 3 de julho de 2013.
A organização vive, segundo o jornal "Al Masry Al-Youm", "o pior pesadelo para a primavera da Irmandade", que chegou ao poder quando "um homem do povo, sem se dar conta, estava sentado na cadeira de presidência e um ano depois se viu atrás das grades".
O Ministério do Interior reforçou a segurança para enfrentar as ameaças da Irmandade Muçulmana, que assegurou que iria às ruas para mostrar oposição ao julgamento de Mursi e os dirigentes islamitas.
No entanto, o envio de milhares de soldados no Cairo não evitou que centenas de seguidores da Irmandade, apesar da repressão e as detenções de seus dirigentes, saíssem às ruas e exigissem a volta ao poder de Mursi.
As forças de segurança detiveram 17 membros e seguidores da Irmandade Muçulmana por provocar distúrbios junto à Academia de Polícia, segundo a agência oficial "Mena".
A Irmandade Muçulmana foi declarada como organização "terrorista" pelo governo interino do Egito, o que ajuda a detenção e processamento de qualquer um que participe de protestos organizados pela confraria.
No bairro cairota de Cidade Nasr os simpatizantes de Mursi incendiaram cinco veículos, entre eles um policial, segundo fontes de segurança, depois que agentes antidistúrbios impediram a passagem de uma manifestação que pretendia se dirigir rumo à Academia de Polícia.
As autoridades dispersaram também uma passeata em Delga, província de Minya, após enfrentamentos entre os manifestantes, que atiraram pedras na polícia, e nas forças de segurança, que usaram gás lacrimogêneo contra o protesto.
Enquanto, em Assiut um policial ficou ferido e 11 estudantes foram detidos após os enfrentamentos na sede da universidade de Al-Azhar na cidade, segundo a televisão estatal.
Não se trata do único caso enfrentado por Mursi, que deverá responder também perante a justiça por revelar informações confidenciais a países e organizações estrangeiras, como o Hamas, e por fugir de prisão durante a revolução de janeiro de 2011.
Por este último, o caso do ex-presidente egípcio será julgado, junto ao de outras 130 pessoas, no dia 28 deste mês no Tribunal Penal do Cairo.
Cairo - O tribunal que julga o presidente deposto do Egito Mohamed Mursi adiou nesta quarta-feira a segunda sessão de seu julgamento para 1º de fevereiro, no meio de um forte desdobramento de segurança e enfrentamentos entre seus seguidores e a polícia.
Mursi não pôde ser transferido para a Academia de Polícia, nos arredores do Cairo, a partir da prisão de Burj al Arab, em Alexandria, devido ao mau tempo que impediu a decolagem do helicóptero no qual ia a viajar, explicou à Agência Efe uma fonte de segurança.
"O helicóptero que ia transportar Mursi de Burj al Arab chegou ontem à prisão e o piloto já temia que o aeronave não pudesse decolar pelo mau tempo e o denso nevoeiro em Alexandria", disse o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, em declarações ao jornal ""Al-Ahram"".
Junto com Mursi estão sendo processados outros 14 dirigentes da Irmandade Muçulmana, entre os que destacam Essam el-Erian, vice-presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ) - braço político da Irmandade -, e o membro de seu executivo Mohamed Beltagy.
Oito dos acusados (o resto é julgado à revelia) chegaram em veículos blindados à Academia, nos arredores da capital, vindos da prisão cairota de Tora e esperaram em seu interior até que se anunciou o adiamento da sessão.
Todos eles enfrentam acusações por suposto envolvimento na morte de manifestantes e nos incidentes ocorridos nos arredores do palácio presidencial de Itihadiya em 5 de dezembro de 2012.
Mursi é o segundo presidente egípcio a passar por um tribunal na Academia de Polícia, cercada hoje por milhares de policiais e com as estradas de acesso bloqueadas. No mesmo local é julgado também o ex-presidente Hosni Mubarak, acusado da morte de manifestantes na revolução de 25 de janeiro de 2011.
Os veículos de comunicação também fizeram um grande desdobramento no Cairo, à espera de ver Mursi reaparecer. Ele não é visto desde a destituição por militares em 3 de julho de 2013.
A organização vive, segundo o jornal "Al Masry Al-Youm", "o pior pesadelo para a primavera da Irmandade", que chegou ao poder quando "um homem do povo, sem se dar conta, estava sentado na cadeira de presidência e um ano depois se viu atrás das grades".
O Ministério do Interior reforçou a segurança para enfrentar as ameaças da Irmandade Muçulmana, que assegurou que iria às ruas para mostrar oposição ao julgamento de Mursi e os dirigentes islamitas.
No entanto, o envio de milhares de soldados no Cairo não evitou que centenas de seguidores da Irmandade, apesar da repressão e as detenções de seus dirigentes, saíssem às ruas e exigissem a volta ao poder de Mursi.
As forças de segurança detiveram 17 membros e seguidores da Irmandade Muçulmana por provocar distúrbios junto à Academia de Polícia, segundo a agência oficial "Mena".
A Irmandade Muçulmana foi declarada como organização "terrorista" pelo governo interino do Egito, o que ajuda a detenção e processamento de qualquer um que participe de protestos organizados pela confraria.
No bairro cairota de Cidade Nasr os simpatizantes de Mursi incendiaram cinco veículos, entre eles um policial, segundo fontes de segurança, depois que agentes antidistúrbios impediram a passagem de uma manifestação que pretendia se dirigir rumo à Academia de Polícia.
As autoridades dispersaram também uma passeata em Delga, província de Minya, após enfrentamentos entre os manifestantes, que atiraram pedras na polícia, e nas forças de segurança, que usaram gás lacrimogêneo contra o protesto.
Enquanto, em Assiut um policial ficou ferido e 11 estudantes foram detidos após os enfrentamentos na sede da universidade de Al-Azhar na cidade, segundo a televisão estatal.
Não se trata do único caso enfrentado por Mursi, que deverá responder também perante a justiça por revelar informações confidenciais a países e organizações estrangeiras, como o Hamas, e por fugir de prisão durante a revolução de janeiro de 2011.
Por este último, o caso do ex-presidente egípcio será julgado, junto ao de outras 130 pessoas, no dia 28 deste mês no Tribunal Penal do Cairo.