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Massacre do Texas é investigado como caso de terrorismo doméstico

O governador do Texas, Greg Abbott, disse que o ato parecia ser mesmo um crime de ódio

Pessoas homenageiam mortos em ataque no Texas e pedem para armas serem banidas (Carlos Sanchez/Reuters)

Pessoas homenageiam mortos em ataque no Texas e pedem para armas serem banidas (Carlos Sanchez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de agosto de 2019 às 15h43.

El Paso/Los Angeles- Autoridades dos Estados Unidos que investigam o que levou um jovem atirador da área de Dallas a matar 20 pessoas em uma loja do Walmart, a centenas de quilômetros de distância, na cidade de El Paso, disseram neste domingo que estão tratando o caso como terrorismo doméstico.

O governador do Texas, Greg Abbott, disse que o ato parecia ser mesmo um crime de ódio, e a polícia citou um "manifesto" atribuído ao suspeito, um homem branco de 21 anos, como evidência de que o derramamento de sangue tinha motivação racial.

Um promotor estadual disse que buscará a pena de morte para o suspeito, Patrick Crusius, 21.

O procurador do distrito ocidental do Texas, John Bash, disse que as autoridades federais estavam tratando o massacre como um caso de terrorismo doméstico.

"E vamos fazer o que fazemos aos terroristas neste país, que é garantir uma Justiça rápida e certa", disse Bash a repórteres em uma coletiva de imprensa no domingo.

O atentado de El Paso ocorreu no sábado, cerca de 13 horas antes de outro massacre em Ohio. Nos dois casos, 30 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, chocando os Estados Unidos e fazendo com que alguns políticos pedissem controle de armas mais rigoroso.

No primeiro massacre, na manhã de sábado na cidade de El Paso, na fronteira com o México, o suspeito matou 20 pessoas em uma unidade do Walmart antes de se entregar à polícia.

Em outro lado do país, um atirador abriu fogo no centro de Dayton, Ohio, matando nove pessoas e ferindo outras 26, segundo a polícia e o prefeito da cidade. O agressor foi morto a tiros pela polícia.

Campanha eleitoral

O tiroteio em El Paso reverberou na campanha eleitoral para a eleição presidencial do ano que vem, com vários candidatos democratas denunciando o aumento da violência armada e pedindo repetidas vezes por medidas mais rigorosas de controle de armas.

Pelo menos dois candidatos, o prefeito Pete Buttigieg, de South Bend, Indiana, e o ex-congressista nativo de El Paso, Beto O'Rourke, estabeleceram conexões entre o tiroteio e o ressurgimento do nacionalismo branco e da política xenofóbica nos Estados Unidos.

"A América está sob ataque do terrorismo nacionalista branco local", disse Buttigieg em um evento em Las Vegas.

O presidente Donald Trump classificou o tiroteio como "um ato de covardia", dizendo em um post no Twitter: "Eu sei que estou com todos neste país para condenar o ato odioso. Não há razões ou desculpas que justifiquem a morte de pessoas inocentes".

Uma característica da presidência de Trump tem sido sua determinação em conter a imigração ilegal. Os críticos dizem que a retórica utilizada em torno da questão, bem como outros comentários sobre as minorias, é divisiva e alimenta o racismo e a xenofobia.

O papa Francisco condenou a onda de ataques contra "pessoas indefesas" nos Estados Unidos, incluindo um ataque violento no domingo passado em que um atirador matou três pessoas e feriu cerca de uma dúzia em uma festa do alho em Gilroy, na Califórnia.

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