Migrantes: operação deixou 30 feridos, dez entre as forças da ordem marroquina e 20 entre os imigrantes (Jesus Moron/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 13h35.
Rabat - O governo do Marrocos afirmou nesta sexta-feira que a polícia de seu país "abortou" a entrada de 250 imigrantes clandestinos a Ceuta, em comunicado que nem sequer menciona os quase 500 subsaarianos que chegaram à cidade espanhola nesta mesma manhã.
Segundo a nota emitida pelas "autoridades locais de Castillejos" e divulgada pela agência oficial marroquina "MAP", a abortagem deixou 30 feridos, dez entre as forças da ordem marroquina e 20 entre os imigrantes, que tiveram que ser hospitalizados nessa cidade.
Além disso, a polícia marroquina deteve 110 imigrantes, "entregues aos serviços competentes da Polícia para completar a investigação", conclui o comunicado.
O ataque desta manhã foi um dos mais maciços dos últimos tempos, e motivaram a viagem urgente a Ceuta do secretário de Estado para a Segurança, José Antonio Nieto.
A entrada em massa, segundo fontes policiais espanholas, ocorreu por volta das 5h, por quatro pontos diferentes do perímetro fronteiriço.
A última entrada em massa em Ceuta ocorreu em 9 de dezembro quando 438 subsaarianos chegaram à cidade no que foi considerado a maior entrada até então, quando até 800 pessoas estavam envolvidas.
Na madrugada de 1º de janeiro, 1,1 mil subsaarianos protagonizaram uma tentativa de entrada em massa à cidade, embora só dois, que ficaram feridos, alcançaram o objetivo.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Agência Europeia de Fronteiras (Frontex), em 2016 entraram mil imigrantes através das cercas de Ceuta e Melilla.
O site marroquino "le360.ma", muito próximo ao governo, lembrou hoje que o ataque ocorre dez dias após uma reunião do ministro da Agricultura, Aziz Ajanuch, na qual ameaçou a União Europeia com "consequências" na política migratória do Marrocos.