Marina se diz a única com chances de fazer reformas
A canidata do Partido Verde também defendeu o aperfeiçoamento da gestão pública através da transparência
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Rio de Janeiro - A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse hoje que sua candidatura é a única que tem chances de fazer as reformas necessárias ao País e implementar um plano estratégico sem a influência dos "atravessadores da velha política".
Em entrevista nesta manhã ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, a candidata afirmou que tem condições de realizar uma mobilização política programática. "Sou a única que talvez possa fazer isso", disse.
Citando as últimas denúncias que envolvem a Casa Civil e os Correios, além da prisão do governador do Amapá e de outras autoridades do Estado, Marina defendeu o aperfeiçoamento da gestão pública através da transparência.
"Precisamos aperfeiçoar a gestão pública", pregou durante os 20 minutos de entrevista. Segundo a candidata, só a transparência pode interromper "o dreno da corrupção" e proporcionar recursos para setores sociais.
Ao comparar seu perfil com o de seus adversários José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), Marina voltou a dizer que o Brasil não precisa de um "gerentão". "Quando não se tem pensamento estratégico, não se consegue os melhores gerentes", argumentou.
Em nome da "gestão estratégica", a candidata do PV defendeu projetos como educação em tempo integral e investimento em saneamento básico como prioridades. "Se não fizermos esses investimentos estratégicos, não vamos melhorar a vida da população", justificou.
Desmatamento
Marina Silva evitou entrar na discussão sobre o posicionamento de Dilma Rousseff na questão do meio ambiente, que culminou com a saída de Marina do ministério. "Nessa questão do desmatamento eu fazia a coordenação executiva do plano, e a Casa Civil tinha um papel muito mais político de convocação", disse Marina.
Segundo ela, o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, era quem estava pressionando diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que fossem revogadas as determinações do Ministério do Meio Ambiente.
"A ministra da Casa Civil nem estava participando desse processo. Quem liderava esse processo era o Stephanes e o Mangabeira Unger. E quando eu percebi que eles estavam induzindo o presidente ao erro, de revogar as medidas, baseada em dados da secretaria do Meio Ambiente do Estado do Mato Grosso, eu pedi para sair. Fiz um bem para o governo, para a sociedade e principalmente para a Amazônia, porque o desmatamento continua caindo até hoje", disse Marina, referindo-se aos ex-ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger.
Energia
Marina Silva disse que só um planejamento pode evitar o apagão de energia no País. "Como é possível um país como o nosso, que cresce 7% ao ano, ficar sempre refém de um empreendimento. Na época do Madeira, ou faz o Madeira ou entra em apagão. Agora é Belo Monte. Ou faz Belo Monte ou tem apagão. Isso é falta de plano. Não tem um plano de infraestrutura", criticou. Para Marina Silva, a usina da Belo Monte tem muitas dúvidas.
"Infelizmente foi dada a licença sem resolver problemas sociais e ambientais. Há uma responsabilidade. Existem 42 condicionantes para Belo Monte. Eu não sei se elas, sendo cumpridas, o problema será resolvido. Um projeto para ser viável tem que ser viável economicamente, socialmente e ambientalmente".
"No meu governo, as três coisas terão que caminhar juntas. A gente, quando entende do assunto, viabiliza mais rápido, sem perda de qualidade. Nós resolvemos 45 hidrelétricas que estavam na Justiça no governo anterior. Quando eu saí, todas estavam resolvidas e nenhum dos meus diretores estavam sendo processados. Hoje dizem que agilizaram, mas muitos foram para a Justiça em função de terem sido mal feito".
Marina Silva disse que as leis trabalhistas podem ser revisadas, sem perda para os trabalhadores e defendeu o aperfeiçoamento da gestão pública para evitar erros como os que estão sendo vistos na Casa Civil, nos Correios e no Congresso Nacional.
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