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Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2012 às 13h59.
Jerusalém - A margem de derrota de Israel em uma votação na Organização das Nações Unidas (ONU) que concedeu um Estado de-facto para a Palestina decepcionou líderes políticos israelenses, cujas tentativas de minimizar a perda nesta sexta-feira não conseguiam disfarçar o seu significado.
A Assembleia Geral da ONU aprovou na quinta-feira a elevação do status palestino na entidade, para "Estado não-membro". A decisão foi apoiada por 138 nações, com 9 oposições e 41 abstenções.
Na prática, nada mudou. Postos de controle do Exército israelense permanecem em vigor em toda a Cisjordânia ocupada, colonos judeus continuam suas rotinas e o governo israelense adverte que uma paz duradoura é mais remota do que nunca.
Mas o fato de apenas três grandes países terem apoiado Israel --Estados Unidos, Canadá e República Tcheca-- ressaltou o isolamento do país no cenário internacional em relação ao processo de paz com os palestinos.
"Até mesmo velhos amigos, como a Alemanha, recusaram-se a ficar ao nosso lado. Houve fatores externos, mas é difícil não ver isso como um fracasso total para a nossa diplomacia que obviamente vai ter consequências", disse um alto funcionário, que não quis ser identificado.
O porta-voz do governo, Mark Regev, disse que embora Israel tenha ficado "desapontado" com o voto, não ficou surpreso.
No entanto, analistas disseram que a votação expôs o abismo que se abriu entre a Europa e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre sua relação com o governo do presidente palestino, Mahmoud Abbas, apoiado pelo Ocidente, e a grande oposição da UE à expansão de assentamentos judaicos.
Negociações diretas de paz naufragaram em 2010, em uma disputa sobre a construção de assentamentos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental --terra que palestinos dizem pertencer a eles.