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Manuel Alegre não quer Portugal 'de joelhos' diante do FMI

Candidato socialista às eleições portuguesas prometeu cumprir o corte de gastos e fomentar o crescimento

Manuel Alegre, candidato socialista à presidência de Portugal: político criticou a Alemanha (Reprodução/YouTube)
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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 09h58.

Lisboa - O candidato socialista às eleições presidenciais do próximo domingo, Manuel Alegre, reiterou sua rejeição à intervenção externa no país e ressaltou que não quer Portugal "de joelhos diante de ninguém".

A afirmação de Alegre foi feita em entrevista publicada nesta terça-feira pela publicação portuguesa "Diário Econômico", concedida só a cinco dias do pleito, ao qual se apresenta como o principal rival do grande favorito das enquetes, o conservador e atual presidente Aníbal Cavaco Silva.

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"É tempo de resistir, não de desistir. Os que querem o Fundo Monetário Internacional (FMI) são aqueles que defendem os sacrifícios desproporcionais que este exige, mas não têm a coragem de propô-los diretamente ao eleitorado", ressaltou Alegre em referência ao principal grupo da oposição, o Partido Social Democrata (PSD, centro-direita).

O aspirante socialista desprezou assim, mais uma vez, as vozes que recomendam a Portugal recorrer à ajuda externa como fizeram Grécia e Irlanda, após o forte aumento da pressão sobre a dívida soberana lusa ocorrida no início do mês, até colocá-la a um juro superior a 7%.

Alegre se apresenta as eleições pela segunda vez consecutiva e conta com o apoio do Partido Socialista e o Bloco de Esquerda, primeira e quarta força no Parlamento, respectivamente.

O candidato se mostrou propício a uma "mudança" nas políticas europeias para garantir que os ajustes orçamentários se acompanham de outras medidas encaminhadas a fomentar o crescimento econômico, e criticou a postura da Alemanha.

"A desconstrução europeia à qual estamos assistindo, comandada pela Alemanha, é o contrário ao caminho a seguir", ressaltou.

Alegre, conhecido por sua faceta literária, garantiu que seu objetivo em caso de chegar à Presidência da República lusa não será o de "desfazer Governos" - a lei outorga a capacidade de dissolver a Câmara -, mas moderar e dialogar com todas as forças políticas e sociais para incentivar o desenvolvimento do país.

O histórico líder socialista - começou sua carreira política nos anos 60, na época da ditadura em Portugal - se mostrou confiante em poder forçar segundo turno nestas eleições, apesar aos resultados das pesquisas.

"Acho no discernimento do povo português no momento de escolher entre quem garante a democracia e os direitos sociais e quem mostra complacência diante das pressões dos grandes juros", insistiu.

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