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Mantega: país já pode crescer mais com impulso privado

Ao comentar o movimento de alta da inflação, Mantega destacou que a inflação é um problema mundial, não apenas brasileiro

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: cortes são o começo do caminho para o crescimento, defende (Renato Araújo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2011 às 22h00.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou na noite desta terça-feira (01/03) que sua atuação no governo Dilma Rousseff seja diferente da que tinha na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao ser entrevistado no programa "Conta Corrente", da Globo News, ele disse que o que mudou foi a conjuntura mundial.

Nos últimos anos do governo Lula, de acordo com ele, foi preciso reativar a economia, que sofria os efeitos da crise financeira global. "Agora a economia está caminhando com as próprias pernas. Podemos diminuir estímulos que tinham sido dados. A economia pode continuar crescendo com impulso privado, não público".

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Ao comentar o movimento de alta da inflação, Mantega destacou, em primeiro lugar, que a inflação é um problema mundial, não apenas brasileiro. "A principal causa da inflação é a alta de commodities agrícolas", afirmou, lembrando altas expressivas do trigo e do milho em 2010.

Em seguida, o ministro disse que a alta dos índices em janeiro está associada a movimentos sazonais, já que as tarifas de ônibus são reajustadas neste mês, assim como as mensalidades escolares. "Mas os preços dos alimentos está caindo fortemente", afirmou, referindo-se aos indicadores de preços divulgados mais recentemente. "Daqui para a frente, a inflação vai continuar a cair", disse o ministro, apostando que o Brasil pode ter neste ano uma trajetória de inflação semelhante à de 2010, quando os preços subiram nos dois primeiros meses do ano, começaram a cair em março e ficaram perto de zero de abril a junho.

Bolsa Família

Mantega disse na noite de hoje que não há conflito no anúncio de um reajuste para os benefícios do programa Bolsa Família no mesmo momento em que o governo faz um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União de 2011. Segundo ele, o reajuste do benefício já estava previsto nas contas do governo.

"Os programas sociais têm de sofrer correções que já estavam na conta", disse Mantega, durante entrevista ao programa "Conta Corrente", da Globo News. O ministro destacou também que o governo não fez cortes no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ponderando que, ao contrário, haverá aumento nos investimentos.

Questionado sobre os aportes do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministro informou que os recursos neste ano serão menores do que os destinados em 2010. Além disso, disse que o banco cobrará juros maiores do que os cobrados dos empresários no ano passado, o que indica subsídios menores.

Ao ser indagado se o aperto fiscal do governo neste início de ano abriria espaço para cortes na taxa básica de juros no segundo semestre deste ano, Mantega concordou. "Abre caminho. Ao fazermos uma política fiscal com um pé menos (forte) no acelerador, pode haver mais equilíbrio", disse. Mantega destacou que o importante é a criação de condições para que a economia brasileira continue crescendo e preservando o poder de compra dos brasileiros.

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