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Manifestantes vão às ruas na França contra nova previdência

Apesar de lei da reforma já ter sido aprovada pelo Parlamento francês, sindicatos têm nova jornada nesta quinta-feira (28/10)

Estudantes também voltaram às ruas na França para protestar contra a reforma (Franck Prevel/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2010 às 07h37.

Paris - A França viverá hoje uma nova jornada de manifestações contra a reforma da previdência proposta pelo Governo, embora o projeto de lei já tenha sido aprovado definitivamente pelo Parlamento nacional.

Os sindicatos que convocaram os protestos preveem uma adesão menor do movimento de hoje, o primeiro depois de a reforma encerrar o trâmite no Legislativo. Isso, no entanto, não evitará problemas nos transportes públicos e em alguns setores estratégicos do país.

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A reforma pretende, entre outras medidas, ampliar a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos e a idade para aposentadoria integral de 65 para 67 anos, quando não é cumprido o período de cotação, que atualmente é de 40,5 anos e passará para 41 anos em 2012.

Tendo em vista que o projeto não há como voltar atrás, as centrais sindicais concentram atenções no apelo ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, para que não promulgue um texto que os militantes consideram injusto.

No entanto, os líderes operários sabem que a mobilização não alcançará hoje os 3,5 milhões de manifestantes que estimaram nas últimas convocações, pouco mais de 1 milhão segundo o Governo.

"Não vamos superar os 3 milhões de manifestantes por causa das férias escolares e porque há um pouco de cansaço", afirmou o líder da confederação FO, Jean-Claude Mailly, mesmo levando em conta que dois em cada três franceses apoiam a manifestação, tal como revela uma pesquisa publicada hoje pelo jornal "Le Parisien".


O líder da central CGT, Bernard Thibault, admitiu que a convocação de hoje será mais modesta que as dos últimos dias. Segundo ele, no entanto, o objetivo do movimento não é "bater recordes", mas "manter um bom nível de mobilização".

Para seu colega da CFDT, François Chéreque, o presidente "tem uma decisão institucional a tomar" e deve fazê-lo ouvindo o que dizem os franceses, que se pronunciaram majoritariamente contra a reforma da previdência.

A chamada sindical, que culminará em mais de 250 manifestações em todo o país, terá menos incidência nos transportes públicos e nas refinarias de petróleo, dois dos setores que vêm efetuando interrupções indefinidas nos últimos dias.

Na rede ferroviária, estima-se que circularão dois em cada três trens, em particular os de alta velocidade. O tráfego internacional deve ser normalizado com a Bélgica e o Reino Unido, mas ainda não com os demais destinos.

Foi cancelada metade dos voos previstos no aeroporto parisiense de Orly e um terço nos demais, uma medida que afeta sobretudo as conexões domésticas.

Os problemas de abastecimento de gasolina continuam em algumas regiões do país, embora tenham sido atenuados há poucos dias.

Seis das 12 refinarias francesas continuam totalmente paralisadas. As outras já retomaram as atividades.

A greve é mantida nos terminais petrolíferos dos portos, o que dificulta o trabalho das refinarias.

Os sindicatos contam, além disso, com a mobilização dos estudantes tanto universitários quanto colegiais, muito ativos no apoio à greve nos últimos dias.

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