A Junta Militar advertiu na última quinta em entrevista coletiva que não toleraria a aproximação dos protestos ao Ministério da Defesa, e negou responsabilidade nos confrontos ocorridos na área ao longo da semana (Carsten Koall/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2012 às 14h30.
Cairo - Manifestantes entraram em confronto com membros das forças de segurança e do Exército egípcio perto da sede do Ministério da Defesa, na cidade de Cairo, em choques que já causaram pelo menos 59 feridos.
Segundo o Ministério da Saúde, os ferimentos foram causados por lançamentos de pedras e gás lacrimogêneo nos enfrentamentos na região, embora a situação tenha se tranquilizado nos últimos minutos.
O subchefe do Departamento de Ambulâncias, Ahmed al Ansari, afirmou à agência oficial de notícias "Mena" que 50 casos foram tratados no mesmo local por equipes médicas desdobradas nos arredores da manifestação.
Enquanto isso, seis das pessoas feridas por pedras foram internadas em hospitais, e os outras três, também por impactos de pedras, foram atendidas na praça de Abassiya.
Anteriormente, fontes de segurança tinham informado à Agência Efe que quatro feridos eram soldados, que tinham recebido pedradas.
Os distúrbios aconteceram depois do choque entre ativistas, os chamados "baltaguiya" (agitadores violentos) e moradores de Abassiya, que causou a morte de pelo menos nove pessoas e deixou 168 feridos nesta semana, segundo a versão governamental.
Para esta sexta, foram convocados protestos em Abassiya e na emblemática Praça Tahrir para reivindicar a cessação do derramamento de sangue e a saída imediata da Junta Militar, a menos de três semanas para a realização das eleições presidenciais.
Enquanto as milhares de pessoas reunidas na Praça Tahrir são principalmente seguidores do grupo islamita Irmandade Muçulmana, em Abassiya os manifestantes fazem parte dos movimentos juvenis revolucionários e são seguidores do xeque salafista Hazem Abu Ismail.
A Junta Militar advertiu na última quinta em entrevista coletiva que não toleraria a aproximação dos protestos ao Ministério da Defesa, e negou responsabilidade nos confrontos ocorridos na área ao longo da semana.
O general Mokhtar al Mulla, membro da cúpula militar, assegurou na entrevista coletiva que "o dever nacional obriga o Exército a defender a sede e todos os edifícios das Forças Armadas".