Malásia pede tempo para investigar morte de irmão de Kim Jong-un
Diretor do departamento de polícia afirmou que o caso é complicado, e que as investigações continuam
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 07h25.
Bangcoc - A polícia da Malásia pediu nesta sexta-feira tempo para investigar o suposto assassinato de Kim Jong-nam, irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un , ocorrido na última segunda-feira, no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, informaram os veículos de imprensa locais.
O diretor do departamento especial da polícia, Mohamad Fuzi Harun, qualificou o caso como complicado e se limitou a dizer que continuam com as investigações, em entrevista à agência "Bernama".
O mesmo policial afirmou na véspera "que não se pode descartar nenhuma possibilidade" sobre a autoria do suposto assassinato, enquanto o vice primeiro-ministro do país, Zahid Hamidi, qualificou de "especulação" que o regime norte-coreano esteja por trás da morte.
Duas mulheres, uma indonésia e um vietnamita, permanecem presas como suspeitas do crime, enquanto um malaio, identificado como Muhammad Farid e suposto namorado da indonésia, permanece sob custódia policial para ajudar na investigação.
O subinspetor geral da polícia, Rashid Ibrahim, afirmou que mais prisões devem ser realizadas.
Segundo a imprensa local, as autoridades buscam outros quatro homens que se tinham reunido com as suspeitas antes do crime e que permanecem em paradeiro desconhecido.
Os legistas realizaram na quarta-feira a autópsia do corpo, mas ainda não se revelaram a causa da morte.
O vice primeiro-ministro malaio precisou que os restos mortais de Kim Jong-nam serão entregues às autoridades da Coreia do Norte uma vez que a investigação esteja concluída, mas não determinou a data.
Kim Jong-nam, de 45 anos, foi considerado como o melhor posicionado para substituir a seu pai até cair em desgraça com a virada do século, e desde então acredita-se que residia principalmente entre Hong Kong, Macau e Pequim sem ocupar nenhum cargo oficial no regime norte-coreano.
O primogênito do antigo ditador perdeu definitivamente a preferência do pai quando em 2001 foi detido em um aeroporto de Tóquio com um passaporte dominicano falso que pretendia usar para entrar no Japão e supostamente visitar o parque Disneylândia.
Fruto do casamento entre o ditador e a primeira esposa, a atriz Song Hye-rim, Kim Jong-nam atraiu a atenção nos últimos anos com suas críticas contra as políticas do regime norte-coreano e seu sistema de sucessão, expressadas através de sua correspondência com um jornalista japonês, disse uma televisão do mesmo país.