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Mais de 300 pessoas são presas na Itália em operação contra a máfia

Entre as possíveis acusações enfrentadas estão conspiração da máfia, assassinato, extorsão, agiotagem, fraude corporativa e lavagem de dinheiro

Itália: A máfia 'Ndrangheta está localizada na região sul da Calábria, tornando-se o grupo mafioso mais poderoso do país (Cdric Lopez/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 14h55.

Roma - A polícia prendeu 334 pessoas em uma das maiores operações contra a máfia já vistas na Itália, destacando o crescente alcance da organização criminosa 'Ndrangheta, disseram promotores na quinta-feira.

A máfia 'Ndrangheta está localizada na região sul da Calábria, e ultrapassou a mais famosa Cosa Nostra, da Sicília, tornando-se o grupo mafioso mais poderoso do país -- e uma das maiores organizações criminosas do mundo.

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A polícia disse que deteve centenas de suspeitos em operações pela manhã no país, com algumas prisões também sendo realizadas na Alemanha, Suíça e Bulgária.

Entre as possíveis acusações enfrentadas pelos detidos estão conspiração da máfia, assassinato, extorsão, agiotagem, fraude corporativa e lavagem de dinheiro.

"Políticos estavam envolvidos, assim como advogados, contadores, funcionários públicos, funcionários de tribunal. Todas pessoas que tinham empregos e não precisavam se colocar a serviço de 'Ndrangheta", disse o promotor Nicola Gratteri, que liderou a investigação.

"Os mafiosos não estão em posição de realizar uma lavagem de dinheiro sofisticada. Para fazer isso, precisam de profissionais", acrescentou.

Gratteri disse que foi o maior grupo de suspeitos de envolvimento com a máfia na Itália desde uma grande operação antimáfia na Sicília, em 1984, que levou ao chamado julgamento máximo de Palermo, quando mais de 450 membros da Cosa Nostra foram julgados.

O julgamento de Palermo marcou um ponto de virada na batalha contra a organização criminosa siciliana, e sua influência diminuiu dramaticamente nas últimas três décadas, permitindo que a 'Ndrangheta ganhasse destaque.

Investigadores italianos dizem que o grupo, formado por dezenas de clãs menores que respondem nominalmente aos líderes sêniores da Calábria, agora é o principal responsável pelo tráfico de cocaína na Europa.

Entre os presos nesta quinta-feira estão um ex-deputado do partido Forza Italia, do ex-premiê Silvio Berlusconi, o prefeito de centro-esquerda de uma cidade costeira da Calábria e um alto funcionário da força de polícia Carabinieri.

"Isso causou um duro golpe na 'Ndrangheta", disse a ministra do Interior, Luciana Lamorgese.

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