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Mais de 200.000 mortos na Síria; ajuda a refugiados diminui

"Contabilizamos desde março de 2011 a morte de 202.354 pessoas", anunciou nesta terça-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH)

Refugiados: um em cada dez civis falecidos era uma criança (Kai Pfaffenbach/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 14h52.

A guerra na Síria deixou mais de 200.000 mortos em quase quatro anos, e o inverno será duro para 1,7 milhão de refugiados sírios privados da ajuda alimentar distribuída pela ONU .

"Contabilizamos desde março de 2011 a morte de 202.354 pessoas", anunciou nesta terça-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede na Grã-Bretanha que se baseia em uma ampla rede de informantes neste país em guerra.

No entanto, segundo seu diretor, Rami Abdel Rahman, este balanço certamente é mais elevado, já que "é impossível trabalhar em algumas regiões controladas pelo regime ou pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI)".

Dos 200.000 mortos registrados, mais de 130.000 eram beligerantes dos dois grupos. Um em cada dez civis falecidos era uma criança.

Este balanço foi publicado um dia após o anúncio da suspensão do programa de ajuda alimentar da ONU para 1,7 milhão de refugiados, o que aumenta os temores de uma gravíssima crise em pleno inverno.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) explicou na segunda-feira que havia sido obrigado, por falta de meios financeiros, a suspender este programa que permitia aos refugiados sírios em Jordânia, Líbano, Turquia, Iraque e Egito comprar alimentos nas lojas locais.

Esta suspensão é catastrófica, já que "colocará em risco a saúde e a segurança destes refugiados, e pode inclusive provocar novas tensões e instabilidade nos países limítrofes que os abrigam", advertiu a diretora do PAM, Ertharin Cousin.

O PAM fez um chamado de urgência, explicando que precisava imediatamente de 64 milhões de dólares (51 milhões de euros) para ajudar os refugiados em dezembro.

Estes últimos não estão preparados para enfrentar outro inverno, sobretudo no Líbano e na Jordânia, onde muitas crianças vivem descalças e não têm roupas adequadas.

Pesadelo

No acampamento de Zatari, em pleno deserto, a temperatura noturna caiu a 9 graus e inclusive a 5 graus nos últimos dias. A maioria dos refugiados vive em trailers, e os recém-chegados em barracas.

"Isso terá um impacto devastador. Ocorreu no pior momento", declarou à AFP o porta-voz regional do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (ACNUR), Rond Redman.

"Nós fazemos tudo o que podemos (...) para manter os refúgios tão quentes e secos quanto possível. Mas embora você tenha calor e esteja protegido da chuva, se não tiver comida estará em grande dificuldade", afirmou.

Mais de 3,2 milhões de sírios se refugiaram nos países vizinhos: 1,1 milhão no Líbano, 1,09 milhão na Turquia, 618.000 na Jordânia, 225.000 no Iraque e 137.000 no Egito, segundo o ACNUR.

O programa do PAM está destinado a conceder a eles um cartão alimentar todos os meses, cujo montante varia de acordo com os países, e que supostamente deve permitir que cada pessoa compre o equivalente a 2.100 calorias de alimentos por dia.

A suspensão deste programa pode ser devastadora sobretudo no Líbano, onde há acampamentos formais e a maior parte dos refugiados vive em instalações improvisadas, garagens e edifícios em construção, segundo o ACNUR.

Na Jordânia, 450.000 refugiados não receberão ajuda neste mês, enquanto 90.000 continuarão se beneficiando nos acampamentos.

O PAM teme que, sem seu apoio, as famílias sejam obrigadas a recorrer à mendicância, obriguem seus filhos a trabalhar ou casem suas filhas menores de idade.

Na Turquia e no Egito, o PAM dispõe de fundos para fornecer ajuda até 13 de dezembro, mas não depois desta data, indicou o coordenador regional da organização para as situações de emergência, Muhanad Hadi.

"Isso será um pesadelo para os refugiados. Essas pessoas dependem completamente do PAM para se alimentar. Não têm renda alguma", lamentou.

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"Contabilizamos desde março de 2011 a morte de 202.354 pessoas", anunciou nesta terça-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede na Grã-Bretanha que se baseia em uma ampla rede de informantes neste país em guerra.

No entanto, segundo seu diretor, Rami Abdel Rahman, este balanço certamente é mais elevado, já que "é impossível trabalhar em algumas regiões controladas pelo regime ou pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI)".

Dos 200.000 mortos registrados, mais de 130.000 eram beligerantes dos dois grupos. Um em cada dez civis falecidos era uma criança.

Este balanço foi publicado um dia após o anúncio da suspensão do programa de ajuda alimentar da ONU para 1,7 milhão de refugiados, o que aumenta os temores de uma gravíssima crise em pleno inverno.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) explicou na segunda-feira que havia sido obrigado, por falta de meios financeiros, a suspender este programa que permitia aos refugiados sírios em Jordânia, Líbano, Turquia, Iraque e Egito comprar alimentos nas lojas locais.

Esta suspensão é catastrófica, já que "colocará em risco a saúde e a segurança destes refugiados, e pode inclusive provocar novas tensões e instabilidade nos países limítrofes que os abrigam", advertiu a diretora do PAM, Ertharin Cousin.

O PAM fez um chamado de urgência, explicando que precisava imediatamente de 64 milhões de dólares (51 milhões de euros) para ajudar os refugiados em dezembro.

Estes últimos não estão preparados para enfrentar outro inverno, sobretudo no Líbano e na Jordânia, onde muitas crianças vivem descalças e não têm roupas adequadas.

Pesadelo

No acampamento de Zatari, em pleno deserto, a temperatura noturna caiu a 9 graus e inclusive a 5 graus nos últimos dias. A maioria dos refugiados vive em trailers, e os recém-chegados em barracas.

"Isso terá um impacto devastador. Ocorreu no pior momento", declarou à AFP o porta-voz regional do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (ACNUR), Rond Redman.

"Nós fazemos tudo o que podemos (...) para manter os refúgios tão quentes e secos quanto possível. Mas embora você tenha calor e esteja protegido da chuva, se não tiver comida estará em grande dificuldade", afirmou.

Mais de 3,2 milhões de sírios se refugiaram nos países vizinhos: 1,1 milhão no Líbano, 1,09 milhão na Turquia, 618.000 na Jordânia, 225.000 no Iraque e 137.000 no Egito, segundo o ACNUR.

O programa do PAM está destinado a conceder a eles um cartão alimentar todos os meses, cujo montante varia de acordo com os países, e que supostamente deve permitir que cada pessoa compre o equivalente a 2.100 calorias de alimentos por dia.

A suspensão deste programa pode ser devastadora sobretudo no Líbano, onde há acampamentos formais e a maior parte dos refugiados vive em instalações improvisadas, garagens e edifícios em construção, segundo o ACNUR.

Na Jordânia, 450.000 refugiados não receberão ajuda neste mês, enquanto 90.000 continuarão se beneficiando nos acampamentos.

O PAM teme que, sem seu apoio, as famílias sejam obrigadas a recorrer à mendicância, obriguem seus filhos a trabalhar ou casem suas filhas menores de idade.

Na Turquia e no Egito, o PAM dispõe de fundos para fornecer ajuda até 13 de dezembro, mas não depois desta data, indicou o coordenador regional da organização para as situações de emergência, Muhanad Hadi.

"Isso será um pesadelo para os refugiados. Essas pessoas dependem completamente do PAM para se alimentar. Não têm renda alguma", lamentou.

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