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Maior barco solar do mundo chega a Nova York

O consumo médio de seus motores é de 20 quilowatts e não requer gasolina e tampouco emite gases de efeito estufa


	O navio PlanetSolar: A presença do navio em Nova York foi celebrada pela vice-cônsul suíça na cidade, Nadine Olivieri Lozano.
 (Divulgação/PlanetSolar)

O navio PlanetSolar: A presença do navio em Nova York foi celebrada pela vice-cônsul suíça na cidade, Nadine Olivieri Lozano. (Divulgação/PlanetSolar)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 19h20.

Nova York - O "Turanor PlanetSolar", maior barco do mundo movido a energia solar, dotado de uma imensa cobertura de painéis fotovoltaicos, está em Nova York, em uma viagem científica para estudar o efeito das mudanças climáticas na famosa Corrente do Golfo.

O catamarã, de 35 metros de comprimento e 23 de largura quando abre suas asas com painéis solares, se tornou em maio de 2012 o primeiro veículo movido a energia solar a dar a volta ao mundo, após uma viagem épica de 584 dias e mais de 60.000 quilômetros percorridos.

"Ao invés de se tornar um museu em algum porto, o barco agora desfruta desta segunda vida", destacou esta terça-feira seu capitão, o francês Gerard d'Aboville, em alusão à missão científica lançada durante uma entrevista coletiva a bordo do navio suíço.

De fato, após zarpar do porto de La Ciotat (sudeste de França) há pouco mais de dois meses, o "PlanetSolar" começou recentemente em Miami (sudeste dos Estados Unidos) uma expedição que tem como objetivo coletar material sobre os efeitos das mudanças climáticas ao longo da Corrente do Golfo.

"Vivo na Bretanha, no oeste da França, e estamos muito preocupados. Todos sabemos que se a Corrente do Golfo mudar, mesmo que seja só um pouquinho, nosso clima se deteriorá muito", afirmou D'Aboville.


A Corrente do Golfo desloca uma grande massa de água quente procedente do Golfo do México para o Atlântico Norte, assegurando à Europa um clima quente para a latitude onde se encontra e impedindo a excessiva aridez das zonas tropicais que atravessa na América, como o México e as Antilhas.

A expedição do "PlanetSolar" se estenderá até agosto próximo e tem previstas escalas em Boston (nordeste dos Estados Unidos), San Juan de Terranova (Canadá) e Reykjavik, concluindo em Bergen (Noruega).

"Nosso objetivo é entender as complexas interações entre física, biologia e clima para possibilitar que os cientistas aperfeiçoem as simulações climáticas, especialmente no que diz respeito aos intercâmbios de energia entre o oceano e a atmosfera", explicou o professor Martin Beniston, da Universidade de Genebra (Suíça) e líder da missão.

"Como o barco é impulsionado por energia solar, não emite nenhuma substância contaminante que possa distorcer o material coletado na travessia de 8.000 km entre Miami e Bergen", acrescentou.

Proeza tecnológica com sua gigantesca cobertura de mais de 515 m2 de painéis solares, o "PlanetSolar" pesa 90 toneladas e pode desenvolver uma velocidade de até 14 nós (26km/h), embora sua média seja de cinco nós.


O consumo médio de seus motores é de 20 quilowatts e não requer gasolina e tampouco emite gases de efeito estufa.

À beleza externa, o barco soma um nada desprezível conforto interno, com seis cabines e nove camas. Pode abrigar até 60 pessoas quando ancorado.

Atracado desde a segunda-feira em uma marina sobre o rio Hudson, no sul de Manhattan, o "PlanetSolar" zarpará na sexta-feira com destino a Boston.

A presença do navio em Nova York foi celebrada pela vice-cônsul suíça na cidade, Nadine Olivieri Lozano, que se disse "muito animada" com a possibilidade de que seu país possa mostrar "inovação", "tecnologia" e "esforços de energia renovável".

"É excitante ter um embaixador deste tipo. Normalmente o povo associa nosso país ao chocolate, aos relógios, aos bancos", afirmou.

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