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Mãe Rússia: 36.500 dias depois

Há 100 anos, acontecia na Rússia o início da Revolução de Fevereiro, que culminaria na abdicação do czar Nicolau II. A revolta teve início no dia 8 de março, como parte das manifestações do Dia Internacional da Mulher, e rapidamente se tornou violenta, levando a repressões descabidas por parte do governo do czar. Naquela semana, o […]

1917: russos foram às ruas, sem saber que os fatos decorrentes daqueles protestos mudariam o mundo / Keystone/Getty Images
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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2017 às 06h59.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h25.

Há 100 anos, acontecia na Rússia o início da Revolução de Fevereiro, que culminaria na abdicação do czar Nicolau II. A revolta teve início no dia 8 de março, como parte das manifestações do Dia Internacional da Mulher, e rapidamente se tornou violenta, levando a repressões descabidas por parte do governo do czar. Naquela semana, o descontentamento popular ferveu e a Rússia seria mudada para sempre: o czar renunciaria ao trono sob pressão de seus ministros, dando fim à dinastia dos Romanov, que durou mais de 300 anos.

A revolta orgânica que surgiu naquele março frio de 1917 daria lugar, cerca de 7 meses depois, ao Outubro Vermelho, a revolução Bolchevique comandada por Vladimir Lênin que transformaria a Rússia na União Soviética pelos 74 anos subsequentes.

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A Rússia se tornaria uma legítima experiência comunista, com economia de estado, planejamento central, planos quinquenais, sovietes populares. Até a morte do sanguinário Joseph Stalin, em 1953, a União Soviética havia alcançado patamares invejáveis de desenvolvimento tecnológico, investimento científico e industrialização, ainda que ao custo de forte endividamento externo e encarceramento e morte de milhões de dissidentes. Com o passar dos anos, como se sabe, sobrou a miséria e o atraso.

Quando tudo acabou, há 26 anos, o governo de Boris Yeltsin implementou grandes reformas, liberalizando preços e abrindo a economia. No final de 1994, 70% da economia russa era privada, na mão de magnatas ligados a Moscou. O problema, para o russo comum: a vida melhorou, mas continua dura.

O PIB per capita russo é de 17.000 dólares, abaixo da média dos países da OCDE, mas melhor que o do Brasil, de pouco menos de 10.000 dólares. Cerca de 70% da população tem emprego, a média de vida gira em torno de 71 anos e cerca de 95% da população adulta tem o ensino médio completo. Mais de 36.500 dias depois da revolução, a Rússia continua em busca da glória e da riqueza que insistem em chegar apenas para uma pequena fatia da população.

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