Maduro: defende que o país precisa ser unificado pelo socialismo para se defender contra uma invasão norte-americana (Andres Martinez Casares/Reuters)
Reuters
Publicado em 14 de agosto de 2017 às 14h00.
Caracas - Enquanto o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, viaja para a América Latina tentando atenuar as preocupações causadas pela ameaça de Trump de uma possível ação militar na Venezuela, o líder do país, Nicolás Maduro, buscava se aproveitar da indignação local realizando um protesto "anti-imperialista" nesta segunda-feira.
A marcha começou com um comício no final da manhã e deve terminar no palácio presidencial, onde Maduro falará para a multidão, enquanto Pence continua um tour na região, que começou na Colômbia, no domingo.
Em Cartagena, Pence procurou aliviar a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, da última semana de que uma "opção militar" estava sendo considerada para a Venezuela.
O vice-presidente disse que o governo dos Estados Unidos está confiante de que uma solução pacífica pode ser encontrada para a crise na Venezuela, rica em petróleo mas economicamente enfraquecida, onde mais de 120 pessoas morreram em protestos anti-Maduro desde abril.
Os comentários de Trump podem ser uma salvação política para o impopular Maduro. Como seu antecessor e mentor, o falecido Hugo Chávez, Maduro diz que o país precisa ser unificado pelo socialismo para se defender contra uma invasão norte-americana, voltada para roubar as vastas reservas de petróleo da Venezuela.
A marcha começou em uma praça no centro da cidade, onde centenas de "chavistas" dançaram ao som de uma banda local que tocava em um palco improvisado. "Venezuela e América Latina unidas contra o império", gritou um manifestante, enquanto o Partido Socialista promoveu no Twitter as hashtags #StopTrump (#PareTrump) e #TrumpGoHome (#TrumpparaCasa).
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A televisão interrompeu a cobertura da marcha para transmitir uma declaração do ministro da Defesa, Vladimir Padrino. Tendo ao fundo dezenas de soldados preparados para a batalha em uma base das Forças Armadas, incluindo um soldado com um lançador de míssil apontado para cima, Padrino advertiu que os Estados Unidos querem roubar as reservas de petróleo da Venezuela.