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Maduro será denunciado no Tribunal Penal Internacional

Com o voto da maioria opositora, o Legislativo aprovou o acordo de "condenação à repressão, perseguição, tortura e outras violações aos direitos humanos"

Nicolás Maduro: entre os supostos delitos, os deputados mencionam ataques contra centros de saúde (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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EFE

Publicado em 18 de abril de 2017 às 16h44.

Última atualização em 18 de abril de 2017 às 18h09.

Caracas - A Assembleia Nacional (AN) da Venezuela , de maioria opositora, aprovou nesta terça-feira um acordo para tramitar uma denúncia perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) por delitos de lesa-humanidade que, segundo a Câmara, foram cometidos pelo presidente Nicolás Maduro .

Com o voto da maioria opositora e a ausência da bancada do chavismo, o Legislativo aprovou o acordo de "condenação à repressão, perseguição, tortura e outras violações aos direitos humanos da população" no que qualificam como um "poder absoluto" do governo de Maduro.

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Entre os supostos delitos, os deputados mencionam ataques contra centros de saúde, "o que está proibido até em tempos de guerra", e "a perseguição de um grupo de pessoas justificada por motivos políticos".

Além disso, asseguram que, durante as últimas duas semanas, "o governo cometeu graves violações de direitos humanos para sustentar-se no poder, tais como torturas físicas, psíquicas e morais contra militantes de partidos políticos para obter confissões forçadas".

O parlamento alega que existe uma ruptura da ordem constitucional no país desde que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) emitiu duas sentenças que afastavam a Assembleia de suas faculdades e limitavam a imunidade dos deputados, apesar destas decisões terem sido parcialmente suprimidas depois.

Por essas razões, a AN resolveu denunciar esta situação perante a comunidade internacional, rejeitar toda violação ao direito à vida e à liberdade pessoal, e ainda fazer um apelo às autoridades e funcionários públicos para que respeitem a Constituição e garantam seu cumprimento.

A declaração assegura, no entanto, que o "governo recorreu à repressão desmedida e ao uso desproporcional da força mediante o emprego de armas de fogo e substâncias tóxicas para conter as manifestações pacíficas" recentes, algumas das quais se tornaram violentas e deixaram pelo menos seis mortos.

Segundo a Assembleia, esta atuação do governo "abriu passagem para assassinatos e atentados contra as integridades corporais" e deixou pelo menos 538 detenções e denúncias de torturas.

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