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Maduro se diz disposto a conversar com Capriles

Pelo menos oito mortos e 61 feridos é o saldo de incidentes registrados após protestos da oposição na segunda-feira passada, pela vitória eleitoral de Maduro


	O novo presidente também estendeu a mão a quem votou contra si nas eleições do domingo, e assegurou que quer manter um diálogo diretamente com essa parte da população
 (Miguel Angulo/AFP)

O novo presidente também estendeu a mão a quem votou contra si nas eleições do domingo, e assegurou que quer manter um diálogo diretamente com essa parte da população (Miguel Angulo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2013 às 18h33.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou nesta sexta-feira que está disposto a dialogar com o líder da oposição, Henrique Capriles, para que "cesse seu ódio" e com quem votou contra si nas eleições do dia 14.

Maduro chamou, no entanto, Capriles de "novo Carmona", em alusão a Pedro Carmona, efêmero presidente autoproclamado durante o fracassado golpe de Estado de 2002, e o acusou de intolerância contra o povo venezuelano e latino-americano.

"Estou disposto a conversar até com o 'diabo', que Deus me perdoe, até com o novo Carmona se for necessário, para que cesse seu ódio contra meu contra o povo, para que cesse sua intolerância", afirmou Maduro durante seu discurso de posse.

O novo presidente, de 50 anos, também estendeu a mão a quem votou contra si nas eleições do domingo, e assegurou que quer manter um diálogo diretamente com essa parte da população.

"As eleições passaram, há saldos dramáticos da violência, eu clamo a todo o povo, aos homens e mulheres que por alguma razão votaram contra o candidato da pátria e contra este projeto de democracia e de socialismo", acrescentou ao se referir a sua proposta política.

Pelo menos oito mortos e 61 feridos é o saldo de incidentes registrados após protestos da oposição na segunda-feira passada, por causa da proclamação esse mesmo dia de Maduro como vencedor do pleito.

Maduro ganhou as eleições com uma vantagem de 272 mil votos, menos de dois pontos percentuais dos sufrágios, o que levou Capriles a não reconhecer o resultado até a revisão de 100% dos votos.


"Eu lhes estendo a mão, eu quero trabalhar com vocês", disse Maduro, em discurso infestado de acusações a "uma parte" da oposição à qual acusou de xenofobia, de racismo e de golpismo.

"Nós garantimos a paz deste país, já dissemos isso", afirmou.

Maduro também se dirigiu aos partidos da oposição para manter um diálogo, pedindo a eles para "parar com a sabotagem elétrica".

"Basta de divisão, de intolerância, de ódio", exclamou.

Maduro disse que nunca quis ser presidente e que está no cargo por "uma circunstância histórica".

Maduro tomou posse como presidente para o período 2013-2019, que começou com o falecido Hugo Chávez em 10 de janeiro, na Assembleia Nacional em cerimônia da qual não participou a bancada da oposição.

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