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Maduro se arrisca como dançarino e cantor para animar campanha

Nesta campanha, ao contrário da anterior de 2013, Maduro incorporou o bolero, especialmente "Piel Canela", mítica canção dos anos 1950

Nicolás Maduro: candidato à reeleição como presidente da Venezuela se valeu da música para fazer campanha (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Nicolás Maduro: candidato à reeleição como presidente da Venezuela se valeu da música para fazer campanha (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de maio de 2018 às 08h38.

Caracas - Nicolás Maduro, candidato à reeleição como presidente da Venezuela, se valeu da música para fazer campanha e, além de dançar salsas e boleros diante de multidões, também decidiu cantar, e tudo isto na companhia de jovens artistas de todos os gêneros.

Cada comício que realizou - pelo menos três por dia de campanha - começou com os acordes musicais de alguma das canções de propaganda interpretada por um grupo de cantores que também dançam, para em seguida Maduro aparecer dançando e rindo enquanto o público aplaudia e gritava.

Nesta campanha, ao contrário da anterior de 2013, Maduro incorporou o bolero, especialmente "Piel Canela", mítica canção dos anos 1950.

"Para este homem que está parado aqui a única coisa que importa é a felicidade. Por isso a canção me parece perfeita, vamos cantá-la, vamos dançá-la, todos porque a revolução 'le importas tu, y tu y solamente tu'", canta Maduro recitando a letra do porto-riquenho Bobby Capó.

A primeira-dama, Cilia Flores, sai então dos bastidores para acompanhar seu marido que exibe alguns passos de dança para animar seus partidários, em uma cena que se repetiu ao longo da campanha.

O líder da chamada "revolução bolivariana" também já brincou em público ao afirmar que é alvo da inveja do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, com quem mantém grandes divergências, porque ele não sabe dançar.

Maduro incorporou conhecidos artistas nacionais à sua campanha, como já havia feito nas primeiras eleições presidenciais que disputou, um grupo de cantores que o acompanha por todos os estados do país.

Tudo isto acontece com os frequentes esbanjamentos de recursos pelos governistas, apesar de esta campanha acontecer em um dos momentos mais críticos da economia venezuelana.

O séquito que viaja com Maduro para suas apresentações públicas está formado por reconhecidos artistas do meio, entre eles Wiston Vallenilla, que até antes de tornar pública sua simpatia por Maduro, era reconhecido como um dos apresentadores mais talentosos do país, e agora preside a Tves, uma das emissoras ligadas ao Estado.

O grupo também conta com o ex-jogador de beisebol e cantor de reggaeton, Antonio "El Potro" Álvarez, o artista de merengue, Omar Enrique, e a banda Los Cadillacs.

Na sua primeira campanha presidencial o chavista apareceu em quase todos seus eventos vestido com camisa e usando um lenço tricolor no estilo dos escoteiros, pulando e agitando os ombros ao ritmo da trilha sonora da campanha, uma música que entoava "Chávez, te juro, o meu voto é pro Maduro", em sintonia com a então recente morte do seu antecessor Hugo Chávez.

Desde que iniciou seu governo em 2013, todas suas aparições públicas estiveram acompanhadas de grupos musicais e orquestras que interpretam gêneros latinos, e inclusive o próprio presidente lançou ao ar "A hora da salsa", onde usava a rádio e a televisão pública para falar de música, de sua gestão, e contra seus opositores.

Além disso, Maduro foi recebido no dia do seu aniversário, no final de 2017, com a interpretação, ao vivo, do dominicano Bony Cepeda que cantou "Una fotografía" justo quando o presidente chegava a uma base militar para entregar casas e, logo em seguida, pegou sua esposa pela cintura para dançar.

Outro dos aniversários de Maduro que foi animado com música foi em 2013, quando o cantor Juan Gabriel visitou o Palácio de Miraflores para cantar "Las mañanitas" na véspera da comemoração, embora desta vez não tenha dançado.

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