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Maduro discursará no Conselho de Direitos Humanos da ONU

Presidente venezuelano terá a oportunidade para explicar e defender perante a comunidade internacional seu projeto de Assembleia Constituinte

Nicolas Maduro: presidente venezuelano pediu para discursar no Conselho de Direitos Humanos da ONU (Miraflores Palace/Reuters)
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EFE

Publicado em 4 de setembro de 2017 às 14h32.

Genebra - O presidente da Venezuela , Nicolás Maduro , discursará no próximo dia 11 de setembro no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, informaram nesta segunda-feira fontes do organismo multilateral.

A ONU recebeu uma nota verbal da Missão Permanente da Venezuela perante o organismo em Genebra confirmando que o presidente gostaria de discursar na próxima segunda-feira pela manhã, no que será o dia de abertura da 36ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, apontaram as fontes.

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Maduro terá assim a ocasião para explicar e defender perante a comunidade internacional seu projeto de Assembleia Constituinte, muito criticado tanto pela ONU como por Estados Unidos, União Europeia (UE) e vários países latino-americanos.

O presidente Venezuelano também poderá responder ao alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, que disse no último dia 30 de agosto em uma entrevista coletiva que a democracia na Venezuela "está viva por um triz, se é que continua viva".

Além disso, poderá dar sua versão sobre as conclusões de uma investigação da ONU sobre os "extensos abusos" ocorridos no país caribenho durante os protestos contra o governo entre 1º de abril e 31 de julho, especialmente por parte das forças de segurança e militarizadas.

Em seu relatório, publicado em agosto, a ONU detalha o uso de força excessiva e letal, possíveis execuções extrajudiciais, maus tratos e inclusive tortura.

Também informou sobre detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados temporários, invasões ilegais e violentas de moradias particulares, julgamentos militares contra civis e ataques contra jornalistas e opositores.

A ONU pedirá ao Conselho de Direitos Humanos na sessão que começará na próxima segunda-feira que considere medidas para evitar uma maior deterioração da situação dos direitos humanos na Venezuela, seja na forma de um mecanismo de supervisão, relatórios regulares ou uma comissão de investigação.

O governo venezuelano qualificou o relatório de "infundado" e "manipulado", e acusou através do seu embaixador perante a ONU em Genebra, Jorge Valero, o Escritório do Alto Comissiariado para os Direitos Humanos (ACNUDH) de se comportar "como uma das tantas ONGs financiadas por interesses inconfessáveis, para demonizar - em nome dos direitos humanos - governos e povos soberanos".

Igualmente afirmou que Zeid e seu escritório se somam assim "à campanha intervencionista estrangeira", em referência aos EUA, "que procuram corroer a soberania e o direito à autodeterminação da Pátria de Bolívar".

Segundo fontes da ONU, a Venezuela será "o foco" da próxima sessão do Conselho de Direitos Humanos e, embora já se saiba que alguns países abordarão a crise venezuelana, ainda não se sabe se algumas nações ou grupos regionais promoverão uma resolução sobre o problema.

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