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Maduro anuncia "comissão da verdade" venezuelana

Maduro, que falou da Assembleia Nacional em rede de rádio e televisão, não deu detalhes sobre a futura composição, mas a justificou "para que haja justiça"


	O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: governo Chávez identifica como burgueses os governos que o antecederam e a oposição atual, liderada por Capriles
 (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: governo Chávez identifica como burgueses os governos que o antecederam e a oposição atual, liderada por Capriles (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 20h41.

Caracas - O vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou esta terça-feira a criação de uma "comissão da verdade" para investigar os "crimes e assassinatos" políticos cometidos entre 1958 e a chegada ao poder de Hugo Chávez, em 1999, ao mesmo tempo em que voltou a identificar o líder opositor, Henrique Capriles, com a "burguesia" governante que antecedeu o atual presidente.

Maduro fez um apelo aos chavistas para que vão às ruas em 27 de fevereiro a "instalar a comissão da verdade para que na Venezuela se investiguem todos os crimes e assassinatos cometidos pelo "puntofijismo", pela democracia representativa burguesa, repressora e assassina".

O termo "puntofijismo" se refere ao "pacto de punto fijo", firmado pelos partidos Copei e Ação Democrática em 1958 para garantir a alternância no poder e, assim, a democracia no país, após o fim da ditadura militar até a primeira eleição de Chávez, em 1998.

Maduro, que falou da Assembleia Nacional em rede de rádio e televisão, não deu detalhes sobre a futura composição, mas a justificou "para que haja justiça" e "seja um processo pedagógico de formação das gerações que estão por vir".


Ao final de 2011, a Assembleia Nacional aprovou uma lei para "sancionar os crimes, desaparecimentos, torturas e outras violações de Direitos Humanos por razões políticas" neste período.

Segundo a historiadora Margarita López Maya, a maioria destes episódios se deram nos anos 1960, quando o governo enfrentou a luta armada de grupos esquerdistas, enquanto mais tarde também se deram "casos pontuais".

"É preciso reescrever as páginas da verdade dessa época horrorosa em que a barbárie burguesa investiu contra a humanidade de uma juventude idealista", defendeu Maduro, a face mais visível do governo na ausência de Chávez, hospitalizado em Cuba desde 10 de dezembro.

O governo Chávez identifica como burgueses os governos que o antecederam e a oposição atual, liderada por Capriles, do jovem partido social-cristão Primeiro Justiça, que se define como de centro.

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