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Macron quer acelerar deportação de imigrantes ilegais na França

Presidente francês adiantou que nomeará um embaixador que trabalhará com os países de origem e de passagem para facilitar as expulsões

Emmanuel Macron: em declaração, presidente da França também prometeu um aumento das vagas de alojamento para refugiados (Stoyan Nenov/Reuters)

Emmanuel Macron: em declaração, presidente da França também prometeu um aumento das vagas de alojamento para refugiados (Stoyan Nenov/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 12h06.

Última atualização em 5 de setembro de 2017 às 12h06.

Paris - O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira que encomendou um projeto de lei sobre imigração que espera colocar em vigor no primeiro semestre de 2018 e que deverá ajudar a acelerar as deportações de pessoas em situação irregular.

"O modelo francês deve se aproximar ao modelo alemão", ressaltou Macron em um discurso perante os prefeitos (delegados do Governo) sobre o programa de reformas que terão que aplicar.

A consequência é que "temos centenas milhares de imigrantes em situação irregular" que "vivem em uma terra de ninguém", o que é também "uma forma de inumanidade", acrescentou.

Segundo os números do Ministério do Interior publicados nesta terça-feira pelo jornal "Le Figaro", das 91 mil pessoas detidas no ano passado na França por não terem documentação em dia, houve 24.707 expulsões efetivas, das quais 11.746 se formalizaram de forma voluntária ou com ajuda para o retorno e 12.961 foram à força.

O presidente francês ressaltou que "a imigração zero não é possível", em primeiro lugar porque uma parte dos estrangeiros que vivem no país são pessoas que se casam com residentes na França, estudantes ou requerentes de asilo.

"A França é o país de imigração mais antigo da Europa", destacou Macron antes de lembrar que descartou o estabelecimento de cotas, que só poderiam ser aplicadas à imigração de profissionais e que não se ajustam à realidade dos fluxos que se dão na Europa.

Mas também disse que quer "uma resposta forte e coerente", que inclua uma política de desenvolvimento na África e o envio de missões a Níger e Chade para tramitar desde lá as solicitações de asilo, bem como para "conter o fluxo" dos que tentam cruzar clandestinamente o Mediterrâneo.

Macron adiantou que nomeará um embaixador que trabalhará com os países de origem e de passagem para facilitar as expulsões.

O presidente da França também prometeu um aumento das vagas de alojamento para refugiados (5 mil suplementares em 2018), e em paralelo uma "luta completa" contra as redes de traficantes.

Sobre os requerentes de asilo, exigiu uma mudança "profunda" no tratamento administrativo, para reduzir os prazos de revisão de solicitações, que agora podem chegar a 18 meses, até "uma média de seis meses", incluindo os recursos possíveis.

Macron advertiu que ao fim do estado de emergência previsto para novembro - está em vigor na França desde os atentados jihadistas de novembro de 2015 - incluirá disposições para manter os controles das fronteiras franceses, em particular com a Itália, agora a principal porta de entrada de imigrantes irregulares na Europa.

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