Manifestação contra a corrupção no Líbano reúne milhares
Em um ambiente descontraído, a Praça dos Mártires, local emblemático do centro de Beirute, estava superlotada.
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2015 às 18h35.
Dezenas de milhares de libaneses expressaram neste sábado, em Beirute, seu repúdio a uma classe política considerada corrupta e incapaz de oferecer serviços públicos básicos, na maior manifestação já organizada pela sociedade civil.
"Ainda não podemos calcular o número de manifestantes, mas certamente foram mais do que esperávamos", declarou à AFP um dos organizadores, Lucien Bourjeily. Outro organizador, Assad Thebian, estimou o número em 50 mil pessoas.
Em um ambiente descontraído, a Praça dos Mártires, local emblemático do centro de Beirute, onde durante a guerra civil (1975-1990) passava a linha de demarcação que separava a parte da capital de maioria cristã da de maioria muçulmana, estava superlotada.
"Queda ao poder dos corruptos, a começar pelos deputados", "Bye bye, corruptos!", gritava a multidão, expressando seu esgotamento com a classe política.
Alguns manifestantes exibiam camisetas brancas com a inscrição "Vocês fedem" e outros, bandeiras libanesas, onde se podia ler "Estamos fartos".
A mobilização transcorreu em um clima tranquilo, mas pouco depois de se dispersar, um grupo de jovens encapuzados e sem camisa foi até a praça Riad al Solh, que chega ao gabinete do premiê. Ali, tiraram uma cerca de arame farpado, queimaram lixo e atiraram pedras e outros projéteis nas forças de segurança, que não reagiram imediatamente.
Para evitar a repetição dos atos violentos ocorridos nas primeiras manifestações do fim de semana passado, atribuídas a "provocadores de distúrbios", os organizadores instalaram um serviço de ordem com 500 membros.
A polícia, que supervisionava a manifestação, exibia um cartaz onde era possível ler: "Estamos entre vocês por vocês, para protegê-los".
"No seu país, sua terra. Nenhum de nós tem água ou eletricidade. Tomem a rua por seus filhos, por seu país", convocou Thebian antes da manifestação.
Organizada pelo coletivo "Vocês fedem", a campanha começou em meados de julho, com a crise da coleta de lixo após o fechamento do maior lixão do Líbano e do acúmulo de lixo doméstico nas ruas da capital e em outras cidades do país.
Mas além da crise do lixo, esta iniciativa demonstra de forma mais geral o cansaço de parte da população com a corrupção endêmica, as disfunções do Estado e a paralisia das instituições políticas.
Vinte e cinco anos depois do fim da guerra, a eletricidade continua racionada e todo verão, falta água devido à ausência de represas, apesar de o Líbano ser um dos países com mais chuvas do Oriente Médio.
'Todos, sem exceção'
"O lema da manifestação será 'todos, sem exceção' porque todos somos contra a classe política", declarou antes da manifestação Lucien Bourjeily.
Os organizadores detalharam suas exigências: demissão do ministro do Meio Ambiente, Mohamad Machnuk, transferência da coleta de lixo para as cidades, julgamento dos responsáveis pela repressão no fim de semana passado, entre eles o ministro do Interior, Nohad Machnuk, e a realização de eleições legislativas e presidenciais.
"Damos 72 horas ao governo. Na tarde de terça-feira, se nossas demandas não forem atendidas, haverá uma escalada" dos protestos, afirmou à multidão um dos organizadores.
Desde as últimas eleições, em 2009, o Parlamento prolongou em duas ocasiões seu mandato e os deputados se mostraram incapazes de eleger um presidente da República, cargo vago desde maio de 2014.
"Não gostamos de manifestações, mas vocês nos sufocaram e nossos filhos merecem algo melhor. Hoje, rompemos as barreiras religiosas e esta é uma mudança essencial", afirmou uma mulher, falando na tribuna.
Dezenas de milhares de libaneses expressaram neste sábado, em Beirute, seu repúdio a uma classe política considerada corrupta e incapaz de oferecer serviços públicos básicos, na maior manifestação já organizada pela sociedade civil.
"Ainda não podemos calcular o número de manifestantes, mas certamente foram mais do que esperávamos", declarou à AFP um dos organizadores, Lucien Bourjeily. Outro organizador, Assad Thebian, estimou o número em 50 mil pessoas.
Em um ambiente descontraído, a Praça dos Mártires, local emblemático do centro de Beirute, onde durante a guerra civil (1975-1990) passava a linha de demarcação que separava a parte da capital de maioria cristã da de maioria muçulmana, estava superlotada.
"Queda ao poder dos corruptos, a começar pelos deputados", "Bye bye, corruptos!", gritava a multidão, expressando seu esgotamento com a classe política.
Alguns manifestantes exibiam camisetas brancas com a inscrição "Vocês fedem" e outros, bandeiras libanesas, onde se podia ler "Estamos fartos".
A mobilização transcorreu em um clima tranquilo, mas pouco depois de se dispersar, um grupo de jovens encapuzados e sem camisa foi até a praça Riad al Solh, que chega ao gabinete do premiê. Ali, tiraram uma cerca de arame farpado, queimaram lixo e atiraram pedras e outros projéteis nas forças de segurança, que não reagiram imediatamente.
Para evitar a repetição dos atos violentos ocorridos nas primeiras manifestações do fim de semana passado, atribuídas a "provocadores de distúrbios", os organizadores instalaram um serviço de ordem com 500 membros.
A polícia, que supervisionava a manifestação, exibia um cartaz onde era possível ler: "Estamos entre vocês por vocês, para protegê-los".
"No seu país, sua terra. Nenhum de nós tem água ou eletricidade. Tomem a rua por seus filhos, por seu país", convocou Thebian antes da manifestação.
Organizada pelo coletivo "Vocês fedem", a campanha começou em meados de julho, com a crise da coleta de lixo após o fechamento do maior lixão do Líbano e do acúmulo de lixo doméstico nas ruas da capital e em outras cidades do país.
Mas além da crise do lixo, esta iniciativa demonstra de forma mais geral o cansaço de parte da população com a corrupção endêmica, as disfunções do Estado e a paralisia das instituições políticas.
Vinte e cinco anos depois do fim da guerra, a eletricidade continua racionada e todo verão, falta água devido à ausência de represas, apesar de o Líbano ser um dos países com mais chuvas do Oriente Médio.
'Todos, sem exceção'
"O lema da manifestação será 'todos, sem exceção' porque todos somos contra a classe política", declarou antes da manifestação Lucien Bourjeily.
Os organizadores detalharam suas exigências: demissão do ministro do Meio Ambiente, Mohamad Machnuk, transferência da coleta de lixo para as cidades, julgamento dos responsáveis pela repressão no fim de semana passado, entre eles o ministro do Interior, Nohad Machnuk, e a realização de eleições legislativas e presidenciais.
"Damos 72 horas ao governo. Na tarde de terça-feira, se nossas demandas não forem atendidas, haverá uma escalada" dos protestos, afirmou à multidão um dos organizadores.
Desde as últimas eleições, em 2009, o Parlamento prolongou em duas ocasiões seu mandato e os deputados se mostraram incapazes de eleger um presidente da República, cargo vago desde maio de 2014.
"Não gostamos de manifestações, mas vocês nos sufocaram e nossos filhos merecem algo melhor. Hoje, rompemos as barreiras religiosas e esta é uma mudança essencial", afirmou uma mulher, falando na tribuna.